ATA DA SEXAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 01-9-2003.

 

 


Ao primeiro dia do mês de setembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Raul Carrion e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Qüinquagésima Quinta Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata Declaratória da Qüinquagésima Sexta Sessão Ordinária, foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, o Pedido de Informações nº 169/03 (Processo nº 4387/03); pelo Vereador Elias Vidal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 258/03 (Processo nº 4222/03); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº 1384/03 (Processo nº 4352/03) e os Projetos de Lei do Legislativo nos 256, 257 e 319/03 (Processos nos 4189, 4221 e 4328/03, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Informações nos 164 e 165/03 (Processos nos 4325 e 4326/03, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 1364, 1365, 1366, 1367 e 1368/03 (Processos nos 4286, 4287, 4288, 4289 e 4290/03, respectivamente), o Pedido de Informações nº 166/03 (Processo nº 4336/03) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 241/03 (Processo nº 4124/03). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 420, 428 e 436/03, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 005/03, do Vereador Jurandir Bogoni, Presidente da Câmara Municipal de Tapejara - RS. Às quatorze horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, a fim de que os Senhores Vereadores pudessem participar da solenidade de inauguração de exposição alusiva à Universíade realizada em Porto Alegre em mil novecentos e sessenta e três, sendo retomados às quatorze horas e sete minutos, constatada a existência de quórum. Às quatorze horas e dez minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e onze minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor João Paulo Silveira Fagundes, que discorreu acerca da revisão a ser realizada no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental – PDDUA - e suas relações com o patrimônio histórico cultural da Cidade, criticando a atual conformação adotada por essa legislação e destacando a importância de que a mesma seja reavaliada, de modo a promover uma melhor utilização do solo urbano em Porto Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Luiz Braz, Clênia Maranhão, Beto Moesch, Sebastião Melo, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Isaac Ainhorn e Elói Guimarães, manifestaram-se acerca do assunto abordado durante a Tribuna Popular. Na ocasião, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Zé Valdir, Raul Carrion e Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi realizada solenidade de entrega da premiação anual do Concurso Sioma Breitman de Fotografia. Compuseram a Mesa: o Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Irineu Breitman e Samuel Breitman; o jornalista Senhor Benigno Rocha, representante da Associação Riograndense de Imprensa - ARI; a Vereadora Maria Celeste, 1ª Secretária deste Legislativo. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Senhor Samuel Breitman a proceder à entrega do diploma e da medalha alusivos ao prêmio de primeiro lugar, de cheque no valor de mil e quinhentos reais e de uma fotografia original de Sioma Breitman ao Senhor Domingos Martins Costa; convidou o Senhor Irineu Breitman a proceder à entrega do diploma e da medalha alusivos ao prêmio de segundo lugar, de cheque no valor de mil reais e de uma fotografia original de Sioma Breitman ao Senhor Marcelo B. Testa; convidou o jornalista Benigno Rocha a proceder à entrega do diploma e da medalha alusivos ao prêmio de terceiro lugar, de cheque no valor de quinhentos reais e de uma fotografia original de Sioma Breitman ao Senhor Nivaldo Borges Granetto; convidou as Vereadoras Clênia Maranhão e Margarete Moraes a procederem à entrega dos diplomas e medalhas alusivos à Menção Honrosa e de fotografia original de Sioma Breitman ao Senhores Jorge Lúcio Domingos e Luiz Augusto Rebes de Abreu. Após, o Senhor Presidente informou que os Senhores Alexandre Bulsing Hernandez, Ana Cristina Britto Granetto, André Chassot, Cristiano Estrela Gonçales, Daniel de Andrade Simões, Daniel Sasso de Morais, Eduardo Aigner, Gerson Luturelly, Jorge Luís Leão Machado, José Luís Waxemberg, Paula Britto Granetto, Roberta Venzon Borges e Rodrigo Fanti tiveram suas fotografias selecionadas para participar do Concurso Sioma Breitman de Fotografia. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou os Vereadores Dr. Goulart e Carlos Alberto Garcia a procederem à entrega de lembranças alusivas à presente solenidade aos Senhores Irineu e Samuel Breitman. Às quinze horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elias Vidal mencionou alguns de seus Projetos, defendendo a priorização da votação de Projetos em tramitação neste Legislativo, que proíbe a divulgação de produtos ilegais na imprensa e institui a da Semana de Combate à Pirataria, entre outros. Também, ressaltou suas posição contrária à venda de produtos frutos de contrabando ou descaminho, esclarecendo que esse tema tem relação com a questão da violência e das drogas. A Vereadora Clênia Maranhão apelou para que esta Casa faça uma reflexão acerca da questão das crianças de rua, citando reportagem publicada na edição de ontem do jornal Zero Hora, intitulada “Meninas Mães de Rua”. Também, frisou a questão das meninas de rua, as quais enfrentam problemas como a gravidez indesejada e realçou a importância das ações que melhoram as condições de funcionamento dos abrigos para menores na Cidade. Na ocasião, o Senhor Presidente comunicou que o Vereador Juarez Pinheiro se encontra representando externamente este Legislativo no Seminário “Aviação Civil: Fator Estratégico de Desenvolvimento”, realizado das oito horas e trinta minutos às dezoito horas do dia de hoje, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES o Vereador Darci Campani relatou as atividades de Seminário promovido pelo Partido dos Trabalhadores em Ijuí, na Universidade Regional do Noroeste do Estado Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, realizado no dia vinte e nove de agosto do corrente, acerca da questão dos transgênicos. Também, criticou a posição adotada pela imprensa na abordagem do tema, declarando que o assunto vem sendo tratado de forma inadequada, favorecendo os interesses de empresas multinacionais. O Vereador Beto Moesch discorreu acerca do problema da circulação de carroças na Capital, criticando declarações de representantes do Governo Municipal, que remetiam a responsabilidade do problema à Brigada Militar. Também, apontou o Executivo do Município como omisso na questão e relatou que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente está desenvolvendo projeto, junto à iniciativa privada, para construir um galpão de triagem de resíduos sólidos. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor José Victor Castiel, ator gaúcho. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Vereador Elias Vidal analisou aspectos alusivos à comercialização irregular de produtos em Porto Alegre, comentando dados estatísticos referentes aos prejuízos causados à economia por essa prática. Também, discorreu sobre a importância do auferimento de tributos pelo Estado, citando a queda na arrecadação com o comércio de produtos ilegais como um fator de desequilíbrio dessa conjuntura. Na ocasião, o Vereador Nereu D'Avila manifestou-se sobre a Ordem do Dia, alertando aos interessados que não será votado, hoje, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/03 (Processo nº 3134/03), que estipula cotas nos concursos públicos para afro-descendentes. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson registrou a realização, no último final de semana, de atividade comunitária no Centro Comunitário da Restinga – CECORES, parabenizando as escolas municipais participantes do evento. Também, discorreu acerca da criação da Polícia Comercial, iniciativa da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana, junto com a Polícia Civil e a Brigada Militar, para promover a integração dos órgãos de policiamento e a comunidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Avila procedeu à leitura de artigo do Jornal Zero Hora do dia trinta e um de agosto do corrente, intitulado “A conversão de Luiz Inácio”, de autoria do historiador Voltaire Schilling, em que são questionados posicionamentos do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, em especial quanto ao Fundo Monetário Internacional - FMI, ao Grupo Banco Mundial e à Área de Livre Comércio das Américas – ALCA. O Vereador Sebastião Melo, referindo-se ao pronunciamento do Vereador Nereu D’Avila acerca do artigo “A conversão de Luiz Inácio”, escrito pelo historiador Voltaire Schilling, discorreu sobre o quadro apresentado pela área de saúde pública no País, mencionando recursos gastos com propaganda e divulgação de programas federais e atentando para as dificuldades enfrentadas pela população na busca por melhores condições de vida e por direitos mínimos de cidadania. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Alberto Garcia registrou a assinatura, em primeiro de setembro de mil novecentos e noventa e oito, da Lei nº 9.696, que regulamenta a profissão de Educação Física, relatando setores onde atuam os profissionais dessa área e citando, em especial, os nomes da treinadora Adriana Alves e dos atletas Daiane dos Santos e Fabiano Peçanha. Também, comentou a inauguração, hoje, no saguão do Plenário Otávio Rocha, neste Legislativo, da exposição “Universíade – 40 anos”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol comentou a entrada em vigor, hoje, de aumentos da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das Empresas – CSSL – e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, declarando que esses aumentos atingirão, direta ou indiretamente, a todos os cidadãos brasileiros. Nesse sentido, frisou que o PFL, em todo o território nacional, assumirá uma linha oposicionista a aumentos tributários que onerem a população. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Resolução n° 021/03, os Projetos de Lei do Legislativo nos 175/03, discutido pelos Vereadores Renato Guimarães e Sebastião Melo, 183/03, discutido pela Vereadora Clênia Maranhão, 187 e 204/03, este discutido pela Vereadora Clênia Maranhão, 242/02 e 229/03; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/03, o Projeto de Lei do Legislativo n° 172/03, os Projetos de Resolução nos 066 e 070/03, o Projeto de Lei do Executivo n° 036/03; em 3ª Sessão, o Substitutivo n° 02 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 004/01, os Projetos de Lei do Legislativo nos 169, 179, 182 e 195/03, este discutido pelos Vereadores Zé Valdir e Sebastião Melo, e 216, 222 e 225/03, este discutido pelo Vereador Elias Vidal. Na ocasião, o Senhor Presidente comunicou que o Vereador Elói Guimarães representará externamente este Legislativo na solenidade de assinatura de convênio entre a Fundação Cultural Piratini - TVE, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – FARSUL – e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, a ser realizada hoje, às dezessete horas, no Parque de Exposições Assis Brasil, no Município de Esteio – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal pronunciou-se acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 225/03 (Processo nº 3843/03), de sua autoria, que proíbe a divulgação da venda de produtos falsificados, pirateados ou contrabandeados nos meios de comunicação, analisando as conseqüências econômicas da venda desses produtos e as ligações existentes entre o mercado informal, a prostituição, o tráfico de drogas e a violência. O Vereador João Carlos Nedel cumprimentou os profissionais de Educação Física pelo transcurso de seu dia. Ainda, teceu críticas ao Governo Municipal pela política seguida na área social, destacando questões referentes ao atendimento da criança e do adolescente e mencionando o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/01 (Processo nº 3976/01), de sua autoria, que institui o Estímulo por Sensibilidade Social no Município. O Vereador Renato Guimarães defendeu a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente da Presidência da República, mencionando as políticas econômicas, de assistência social e de educação implementadas e criticando o modo como as oposições ao Governo Federal vêm fazendo suas críticas. Nesse sentido, lembrou que o Orçamento da União, em vigor neste ano, foi elaborado durante a gestão do Senhor Fernando Henrique Cardoso como Presidente da República. O Vereador Cláudio Sebenelo contraditou o pronunciamento efetuado pelo Vereador Renato Guimarães em Comunicação de Líder, afirmando que o Governo Federal, ao contrário do afirmado em compromissos de campanha, vem seguindo as diretrizes impostas pelo Fundo Monetário Internacional – FMI. Também, externou sua contrariedade à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, no período em que ocupou a chefia do Poder Executivo local. O Vereador Carlos Alberto Garcia mencionou dados estatísticos que mostram uma queda no número de alunos egressos de escolas públicas que conseguem obter classificação nos vestibulares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Nesse sentido, afirmou ser necessária a adoção de um novo modelo educacional nas escolas públicas do Estado, a fim de melhorar a qualidade do ensino ministrado e garantir melhores condições e maiores chances profissionais às pessoas que nelas estudam. O Vereador Raul Carrion parabenizou os profissionais da Educação Física, pelo transcurso do seu dia. Ainda, teceu considerações sobre atividades realizadas na Casa, no sentido de debater questões atinentes à luta pela moradia popular em Porto Alegre, manifestou-se sobre o acidente ocorrido na Base de Alcântara, no Estado do Maranhão, afirmando haver indícios de sabotagem no local e referiu-se à comunicação feita pelo Senhor Presidente da República, na intenção de promover a redução na jornada dos trabalhadores brasileiros. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 194/01, com Veto Total, que foi discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Beto Moesch, Sebastião Melo, Cláudio Sebenelo, Marcelo Danéris, Zé Valdir e João Antonio Dib, tendo o Senhor Presidente declarado encerrada a discussão da matéria. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 194/01, os Vereadores João Carlos Nedel e Maria Celeste cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Luiz Braz e Marcelo Danéris. Às dezoito horas e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Valdir Caetano e Maria Celeste e secretariados pelos Vereadores Maria Celeste e Pedro Américo Leal, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.

Está acontecendo, neste momento, a abertura da Exposição da Universíade. Eu suspendo a Sessão por alguns minutos para que os Srs. Vereadores compareçam, juntamente com o Ver. Carlos Alberto Garcia, à solenidade de abertura da homenagem aos 40 anos da Universíade, realizada em Porto Alegre, em 1963.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h02min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 14h07min): Estão reabertos os trabalhos.

Feita a leitura do Expediente encaminhado à Mesa, eu deveria ingressar no período da Tribuna Popular, mas em razão da solenidade e da banda de música ali instalada, suspenderei a Sessão novamente.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h10min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 14h11min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. João Paulo Silveira Fagundes, representando o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, ICOMOS, está com a palavra para tratar de assunto relativo à revisão do Plano Diretor e suas relações com o patrimônio histórico e cultural da Cidade, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. JOÃO PAULO SILVEIRA FAGUNDES: Prezado Presidente, prezados... Não posso nem dizer prezados Vereadores, nós estamos começando a Sessão com apenas três Vereadores, prezados companheiros de batalha...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu desejo fazer um reparo: a Sessão está com 14 Vereadores, senão eu não poderia tê-la aberto.

 

O SR. JOÃO PAULO SILVEIRA FAGUNDES: É mesmo? Obrigado.

Nós estamos aqui com o intuito de defender esta Cidade. Eu sou médico, trago uma palavra chamada iatrogenia. O Dr. Goulart e o Dr. Sebenelo, se aqui estivessem, saberiam muito bem do que eu estou falando, pois eles são médicos também.

O paciente que nos traz aqui é a cidade de Porto Alegre, cuja agonia começou há mais de 50 anos, no Centro, e essa agonia vem tomando conta da Cidade. E o médico que atende pelo nome de Secretaria de Planejamento Municipal equivocou-se no diagnóstico e no tratamento que deu para esta Cidade.

O que fez a Secretaria do Planejamento? Uma iatrogenia; iatrogenia é uma palavra que identifica a doença provocada pelo médico, e a Secretaria Municipal do Planejamento equivocou-se no diagnóstico, equivocou-se no tratamento, mas não se equivocou sozinha. Chamou uma junta médica, uma junta de Vereadores e, sob a chancela desta Casa, aprovou por unanimidade - eu vou dizer de novo: aprovou por unanimidade - o Plano Diretor, plano desumano para esta Cidade, chamado de 2º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Ambiental? É. Eu disse ambiental; com sutis e severas modificações em sua fórmula, que atendem pelo nome de índices, tais como solo criado, volumetria, índice de aproveitamento de solo, todos esses índices estão sendo, na verdade, mal-utilizados; estão sendo muito mal-utilizados, estão sendo muito mal-utilizados. Hoje, calcados numa matriz de planejamento urbano que está-se mostrando equivocada, centrada no adensamento populacional e habitacional. Estamos repetindo os erros, os mesmos erros que se repetiram com o Centro de Porto Alegre há mais de 50 anos. Uma iatrogenia para esta Cidade. Para concentrar a Cidade, a Secretaria do Planejamento justifica que existe infra-estrutura urbana ociosa. O que significa isso? Está sobrando rede pluvial? Está sobrando rede elétrica? Está sobrando pavimentação? E o ar que nós respiramos? Não precisa ficar ocioso? E o sol, a qualidade de vida desses habitantes desta Cidade não precisa ficar ociosa? Sobrar saúde? Trocar, ou pior, vender o precioso ar que nós respiramos por andares a mais de concreto não é a alternativa correta. Todos os Vereadores aqui sabem disso, todos os meus conterrâneos sabem disso. Qualquer morador do Centro de Porto Alegre e de cidades poluídas já sabe disso, menos quem? Menos os nossos “desplanejadores” da Secretaria do Planejamento, e, pior, confundem sugestões para melhorar a qualidade de vida que nós estamos propondo aqui com preocupação estética! Preocupação estética! E quanto ao sol, insubstituível fonte de vida, quem corre o risco de perdê-lo para um espigão de 18 andares não precisa ser consultado? E, se aprovada essa perda de sol, não precisa ser ressarcido? Este plano desumano não prevê isso, meus senhores. Não prevê, porque não interessa às grandes corporações e à Prefeitura, que chamam de econômico o que na verdade é lucro, lucro para as construtoras e para o Governo Municipal, cuja fúria arrecadadora nos é de longe bem conhecida - não é de hoje, nós conhecemos isso há muito tempo. Pretendem com essa estratégia incluir os excluídos. Mas incluir onde? No caos, como o Centro de Porto Alegre? Felizes são esses excluídos, pois na periferia não chegou ainda a mira criminosa desse Plano Diretor com os espigões. Lá eles ainda têm sol, têm ar e têm saúde, e não estamos no caos que é o Centro de Porto Alegre. Sim, o Centro de Porto Alegre já foi uma área habitável; o estado deplorável em que se encontra hoje tem origem na mesma centralização desordenada, que agora queremos implantar de novo. Há 50 anos nós não sabíamos o que estávamos fazendo. Hoje nós temos a responsabilidade de não reincidirmos nesses mesmos erros, até porque não estamos falando apenas de um bairro: estamos falando de toda a Cidade. Por isso e por muitas outras razões, todas relacionadas ou com a falta de planejamento ou planejamento equivocado, esses mesmos técnicos que disseram que o Centro de Porto Alegre hoje já não é tão adensado quanto antes. Não é tão adensado hoje quanto antes, porque ninguém mais quer morar no Centro de Porto Alegre. Toda essa população está migrando para a Cidade Baixa, que tem mais sol, tem menos espigões. Hoje a Cidade Baixa é considerado o bairro com mais adensamento populacional. Os técnicos da Secretaria do Planejamento mostraram isso nos seminários que houve recentemente, por conta do Plano Diretor e nele previsto. Será que naquela época, há 50 anos, também sobrava infra-estrutura urbana, como estão querendo dizer agora? Com a economia que fizemos naquela época – e que estamos querendo fazer hoje de novo - o negócio é concentrar a Cidade para economizar infra-estrutura urbana, esta Cidade que estão chamando de cidade radiocêntrica, esta que está na mira criminosa do Plano Diretor, para resolvermos, por exemplo, o trânsito cada vez mais caótico. Nem vou mais falar em qualidade de vida, vou falar em trânsito agora.

Perguntem ao ex-Prefeito Tarso Genro, prezados Vereadores, sobre os custos de um metrô que ele mesmo se recusou a assumir sozinho. E por que fazer um metrô? Claro, as ruas não comportam mais a demanda de automóveis que se dirigem para uma cidade centralizada.

É em nome dessa qualidade de vida, meus caros Vereadores, que nós estamos aqui para alertá-los a corrigir os erros que esta Casa ajudou a produzir, quando aprovou o Plano Diretor. Estamos aqui, abnegados cidadãos da Cidade, no intuito de defendê-la. Defesa, cumpre-me lembrá-los, que já é Lei. O art. 21 da Lei nº 11.520, que estabelece o Código Estadual do Meio Ambiente diz literalmente o que eu vou lhes reproduzir agora. (Lê.) “Compete ao Poder Público estabelecer níveis de luminosidade e aeração adequadas para os espaços internos e externos...” Eu vou repetir. (Lê.) “Compete ao Poder público estabelecer níveis de luminosidade e aeração adequadas para os espaços internos e externos, garantindo a saúde, conforto e bem-estar da população”. Como podem ver, meus caros Vereadores, estamos aqui apenas pedindo que se cumpra uma Lei, uma Lei maior do que essa do Plano Diretor: uma Lei Estadual. Não temos nenhum interesse pecuniário, ao contrário de corporações que estão ativamente envolvidas “até o pescoço” com este Plano e com a aprovação dele e que só visam ao lucro.

Esperamos que tenham compreendido a nossa mensagem, prezados Vereadores, mensagem de seus eleitores, que estão aqui interessados exclusivamente na defesa desta Cidade, sobretudo na qualidade de vida e na saúde de seus habitantes. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Meu caro Dr. João Paulo Silveira Fagundes, todas as palavras pronunciadas por V. Sa. estão taquigrafadas e serão levadas ao conhecimento de todos os Vereadores e não somente ao dos Vereadores, mas também do Prefeito Municipal e da sua Secretaria de Planejamento.

Nós tínhamos marcado a Tribuna Popular para as 14h, e a pessoa que deveria vir – pelo menos estava anotado aqui – não compareceu. Mas nós queríamos que acontecesse a Tribuna Popular. Claro que a Câmara, de repente, enfrenta algumas dificuldades, por isso é que nós tivemos que dividir o nosso Plenário, mas tudo está funcionando perfeitamente, agora, neste momento, com 17 Vereadores registrando a sua presença.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, eu quero cumprimentar o Dr. João Paulo, que vem a esta Casa dialogar com os Vereadores, muito embora ele tenha sido, em alguns momentos, duro com a totalidade dos Vereadores da Câmara. Mas eu acho que é muito importante que esse diálogo possa iniciar e possa continuar. Nós não podemos, de forma nenhuma, não ouvir todos os setores da nossa comunidade. Eu acho que essa é a obrigação dos Vereadores: poder dialogar com todos os setores.

Eu acredito que haja algumas afirmações de V. Sa. com as quais eu ouso não concordar; quando V. Sª. diz “unanimidade”. Há algumas discussões que não foram unânimes aqui na Casa, por exemplo, o que aconteceu com as áreas rurais: aqui não houve uma unanimidade. Houve uma votação em destaque, e nessa votação em destaque houve um grupo de Vereadores - entre os quais eu me incluo – que perdeu a votação. É apenas para explicar que esse é um dos itens em que nós não encontramos unanimidade.

E com relação à discussão das alturas, nós também nos curvamos, no final, realmente, ao entendimento que houve do conjunto de toda a Casa. Mas também não houve, na verdade, uma unanimidade nas discussões. Basta verificarmos no Processo e vamos ver que essas foram questões que realmente mereceram muitas discussões, e nós tivemos muitas divergências.

Acho muito importante a vinda de V. Sa. aqui nesta Casa, como a de outros setores que aqui vêm, e que virão, para que possamos fazer uma discussão dentro dessa Comissão que já vai começar a funcionar para fazer a revisão do Plano Diretor.

Penso que temos a obrigação de ouvir todos os integrantes da sociedade; os setores que não vieram, ainda, eu acho que esta Casa tem de convidar para que venham aqui, para que possamos fazer a discussão, pois somente assim nós vamos conseguir, realmente, o Plano ideal.

É nossa vontade, como é vontade também da população, que nós tenhamos um Plano ideal. E se nós ainda não o temos, eu acho que temos de caminhar para encontrar o modelo ideal.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria em nome da nossa Bancada do PPS, saudar a presença do representante do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, que nesta Casa discute, na tarde de hoje, a questão da revisão do Plano Diretor. Eu acho que a revisão do Plano se inicia com um processo extremamente importante de participação das entidades da sociedade.

A imprensa, no dia de hoje, noticia uma participação do Bairro Bela Vista; na Tribuna de hoje, há um debate trazido pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, então eu acho que a sociedade porto-alegrense, diferentemente do processo de elaboração do Plano, apropria-se mais desse debate. Acho que a experiência que hoje vamos fazer e que inclusive estava prevista na própria Lei de avaliação e revisão - dois anos depois esta Câmara deveria fazer avaliação e revisão - vai ser extremamente importante, porque a nossa decisão política terá muito mais base na experiência concreta da aplicação do Plano para a sociedade.

Eu gostaria de parabenizar a iniciativa de V. Sa., que veio aqui trazer preocupações que, evidentemente, também são as nossas preocupações, porque somos Vereadores, somos cidadãos da Cidade e estamos preocupados, naturalmente, com a perda do sol, com a perda do ar e com a perda do espaço. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, caro João Paulo Fagundes, que tem sido sempre assíduo na pretensa avaliação do Plano - e era para ser uma avaliação do Plano -, mas foi a mobilização da sociedade porto-alegrense, pelos seus bairros, devidamente organizados, que transformaram uma pretensa e modesta avaliação do Plano Diretor numa verdadeira reavaliação do Plano Diretor como quer, sim, a sociedade porto-alegrense, e por isso estamos aqui mais uma vez.

O Executivo foi obrigado a dar uma resposta à sociedade, fazendo vários seminários e uma conferência, porque, na realidade, não queria reavaliar e alterar o Plano: queria fazer uma discussãozinha aqui e lá para dizer que estaria cumprindo o próprio Plano Diretor.

O Plano Diretor tem, sim, alguns benefícios excelentes, mas que não foram regulamentados, como o plano viário, patrimônio cultural e patrimônio ambiental. O que há de bom no Plano não foi regulamentado; apenas o que pode ser construído e onde ser construído é que foi regulamentado. Preocuparam-se, tu tens razão, apenas com a infra-estrutura artificial, econômica, esquecendo-se da infra-estrutura urbana, esquecendo-se da infra-estrutura humana da Cidade, que é a penetração do sol, a circulação do ar, a vegetação ali existente, a cultura, as características que foram feitas pela própria comunidade local.

Portanto, estamos diante, sim, de uma cidade insustentável, mas com uma sociedade, com essa mobilização, que deve continuar após a conferência de 06 de setembro aqui na Câmara de Vereadores, que já constituiu uma Comissão que a almeja transformar numa cidade sustentável, em que a participação da sociedade deva estar devidamente regulamentada nas decisões. Parabéns mais uma vez. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente João Antonio Dib, a nossa saudação ao João Paulo Fagundes e a toda sua entidade, queria dizer que em dois minutos é difícil fazer uma síntese, mas acho que a questão do Plano é fulcral. Primeiro, o Plano de 1979 não podia ter levado tanto tempo para ser revisado. Em 1987 aconteceram profundas mudanças, que acabaram sendo consolidadas em 1999, especialmente a questão das alturas. Primeiro, elevou-se o índice construtivo, depois colocou-se o solo criado. Ora, nós estamos vivenciando, neste momento, e esperamos, Presidente, que não seja novamente uma carta de intenções por parte do Executivo para a revisão do Plano, porque com a carta de intenções de 1999, várias legislações complementares não chegaram a esta Casa. Por exemplo, a questão da orla do Guaíba, que é uma questão vital para a Cidade de Porto Alegre e o plano viário desta Cidade, que é uma outra questão vital para a cidade de Porto Alegre. Lembro-me agora desses dois eixos importantes, mas existe uma série de outras leis complementares.

Então, espero que o Executivo não faça novamente uma carta de intenções, dizendo que vai discutir aquilo que ele deveria ter regulamentado. E, hoje, diga-se de passagem - e o Ver. Beto Moesch sabe, porque nós pertencemos à mesma Comissão, temos participado juntos desse debate -, essa revisão só está vindo em algumas questões pontuais, porque a sociedade civil se organizou.

Eu quero dizer mais, Presidente: esta Cidade, que tem como ícone a participação popular, não pode fazer de conta que a participação popular acontece no Plano Diretor. Efetivamente ela tem que acontecer, realisticamente. Portanto, nós da Bancada do PMDB, vamos ser parceiros indispensáveis e inseparáveis para que a verdadeira participação popular aconteça nessa revisão. Porque sem ela, efetivamente, haverá uma “meia-sola” e não uma revisão como a sociedade espera.

Portanto, a nossa saudação ao senhor e à entidade que representa, e tenha a certeza de que só a pressão popular vai trazer as mudanças necessárias a esse Plano. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Boa-tarde, Sr. João Paulo, quero pedir escusas por não estar aqui presente no início da sua fala, pois, juntamente com grande parte dos Vereadores, nós estávamos numa Sessão aqui no saguão, porque, hoje, rememoramos os 40 anos da Universíade. A Universíade - Jogos Mundiais Universitários - é o segundo maior evento desportivo no mundo, que só perde para a Olimpíada, e Porto Alegre foi sede, por isso nós estávamos comemorando.

Eu acho que a questão do Plano Diretor é um tema polêmico, mas eu quero registrar que a revisão não está aqui por pressão popular nenhuma, ela está aqui por um acordo firmado: três anos após o Plano Diretor ser concretizado, ele voltaria a esta Casa. Entendo, sim, como pressão popular a angústia e os anseios das diversas comunidades; e é isso que nós realmente queremos, fomos eleitos para isso, para que as comunidades investiguem, localizem aquelas falhas que possam ocorrer, e, quem sabe, ao longo desses meses, possamos fazer os ajustes necessários. É importante salientar que esse Plano entrou aqui, num primeiro momento, em 1993; voltou em 1996 e só foi aprovado em 1999. Entendemos que a Comissão Especial vai fazer um trabalho em cima disso e, logo após, virá para o Plenário. Esperamos que, no final deste ano ou no próximo ano, possamos resolver esses ajustes que o Plano Diretor merece. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Venho também saudar a presença do Sr. João Paulo, o Ver. Garcia já destacou aqui a ausência de alguns Vereadores no início da Sessão em razão de uma outra solenidade, acho que é importante registrar. E quero, também, aqui fazer um destaque, porque acho que se comete uma injustiça, independente da nossa avaliação sobre o atual Plano, a respeito da possibilidade de discussão. Foi agora lembrado que o atual Plano Diretor passou mais de dois anos em discussão nesta Casa. Nós, por decorrência daquele Plano, estamos abrindo um debate que foi determinado, a partir de um prazo de três anos, que está-se dando agora na Cidade, também por iniciativa do Executivo. Isso não quer dizer que a participação das associações, a organização das associações não seja algo positivo; ao contrário, acho que é fundamental que o conjunto das associações de bairros participem desse processo. E quero dizer em nome da minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que o nosso compromisso nessa Comissão Especial, fundamentalmente, é ouvir o conjunto das partes para que a gente consiga produzir uma síntese que, efetivamente, a sociedade quer para a cidade de Porto Alegre. Tenho certeza de que na constituição desse Plano aqueles eventuais problemas que nós constatamos na aplicação do mesmo vão ser superados a partir, fundamentalmente, da participação das associações. Então, é com esse espírito e com essa disposição que nós estamos trabalhando na Comissão do Plano Diretor.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar a nossa saudação ao Sr. João Paulo Fagundes, em nome de quem saudamos todas as lideranças das comunidades aqui presentes, e que aqui representam o ICOMOS. Queremos dizer que para a Bancada do PCdoB o Plano Diretor é um plano avançado, mas não é perfeito. Sabemos que necessita de uma revisão, que inclusive é prevista em Lei e, principalmente, eu entendo que é necessária uma revisão, porque depois dele foi aprovado o Estatuto da Cidade, em 10-07-2001. Eu quero dizer que temos uma preocupação em adaptá-lo para esta nova realidade legal do País.

Sabemos que existem interesses fortes em jogo, não existe o lado do bom e o lado do mau, aqui nós temos interesses objetivos que consideramos legítimos e queremos, evidentemente, levá-los todos em conta. Por um lado há os interesses dos construtores, de outro lado há o interesse de uma parcela da população melhor aquinhoada, que está bem situada, com toda a infra-estrutura, com espaços belíssimos, assim por diante; do outro lado há a imensa maioria da Cidade, da população marginalizada, da população que não tem uma moradia regular e assim por diante. São esses interesses, na verdade, que é uma disputa pela renda da terra, que nós vamos tentar, de uma forma adequada, equilibrar nesta Casa. Não somos nem da verticalização excessiva nem somente da horizontalidade da Cidade. Achamos que deve-se encontrar o equilíbrio. Temos escutado ponderações em determinados bairros sobre a demasiada verticalização. Parece-nos que são ponderações a serem levadas em conta.

Para finalizar, quero dizer que nós, na CUTHAB - eu sou o Presidente da CUTHAB - em março ou abril, chamamos uma reunião nesta Casa, e a Prefeitura já estava chamando as reuniões da comunidade. Portanto, creio que há interesse da Prefeitura, da Casa e da comunidade para um bom desenvolvimento desse trabalho, dessa discussão. E sairemos com o Plano Diretor ainda mais avançado do que o que temos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero, antes de mais nada, saudar o Dr. João Paulo Silveira Fagundes, que hoje ocupa o período destinado à Tribuna Popular e aproveita esse ensejo para oferecer algumas críticas, propor algumas idéias e, sobretudo, oferecer algumas opiniões a respeito da realidade urbano-social da Cidade.

Eu ouvi com a maior atenção, como sempre faço, o nosso ilustre debatedor e percebi, na sua manifestação, ao lado de algumas críticas ao comportamento da própria Casa, algumas outras mais fundas a respeito do que ele entende ser falta de planejamento ou planejamento inadequado da Cidade. São opiniões sobre as quais tem de se refletir. Eu que tive, com relação à constituição deste Plano, à elaboração final dessa Lei, uma grande parcela de responsabilidade, porque, sabidamente, presidi a Comissão que examinou e deu a Redação Final ao Projeto, nunca tive a pretensão de que estivéssemos fazendo um trabalho perfeito e acabado, insuscetível de alteração ou de modificação. Tanto isso é verdade que colocamos nas disposições transitórias a obrigatoriedade de uma reavaliação do Plano e que deveria, e efetivamente deverá ainda ser, realizada no curso deste ano.

É conveniente que se diga, opinião já externada em outras circunstâncias, que nós teremos essa reavaliação dificultada pela circunstância de que o Plano não tenha sido, até o presente momento, integralmente implementado, no que tem razão o nosso ilustre visitante, quando fala a respeito do trânsito e especialmente da ausência de um sistema viário definitivo e definido na cidade de Porto Alegre - o que era uma obrigação do Executivo Municipal de encaminhar para o debate da Casa, nos três anos que antecederam a reavaliação do Plano que ora se inicia.

Por isso, Sr. Presidente, ao lado de manifestar as minhas boas-vindas ao ilustre participante do nosso trabalho, quero reafirmar o nosso propósito, como Bancada do PFL, de continuar, isentamente, procurando trabalhar pelo conjunto e pelo melhor interesse da Cidade.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não existe nenhum registro na história de Porto Alegre, de que três anos após a vigência de uma complexa Lei Complementar que trata sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, ela vá ser reavaliada. É a primeira vez que isso ocorre, e até – como já foi dito aqui por outros colegas Vereadores – isso está previsto e inserido na própria Lei Urbana da cidade de Porto Alegre. Já houve essa preocupação, até porque nós observamos que hoje há um nível de participação maior da comunidade, do que houve na participação da Lei Complementar de 1979, de 1987 e de 1999. Nas três não houve o nível que está havendo, o que julgamos ser altamente positivo, Sr. Presidente. Por exemplo, eu moro num dos bairros onde há maior polêmica, que é o Bairro Moinhos de Ventos, e moro nesse Bairro há 31 anos. Durante 17 anos, eu morei no Bom Fim, sendo que também morei, durante um ano, na Rua Santana. É a minha história na cidade de Porto Alegre, conheço-a, profundamente, posso dizer, não só como Vereador, mas como cidadão.

Recentemente, participei de uma reunião no Leopoldina Juvenil, com mais de cem pessoas, em que essas preocupações vieram à tona de forma intensa.

É óbvio que nós, como mandatários populares e detentores de mandato popular, temos uma grande preocupação com essas questões e com a preservação do patrimônio histórico, porque o Bom Fim sofreu um “arrasa quarteirão” em matéria de desrespeito ao patrimônio histórico e ao próprio Instituto do Patrimônio Histórico da Cidade de Porto Alegre, quando o então Prefeito, que hoje quer ser novamente Prefeito de Porto Alegre, Sr. Raul Pont, desmanchou o Mercado Bom Fim, sem ouvir a comunidade e sem ouvir o Instituto do Patrimônio Histórico. Esses atos não devem se repetir na cidade de Porto Alegre, em nome do resgate desse mesmo patrimônio.

De outro lado, temos a questão da indispensabilidade, neste momento, que é fundamental, junto com e a reavaliação, a regulamentação daqueles pontos que até hoje não estão regulamentados no Plano Diretor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. João Paulo Silveira Fagundes, que representa o ICOMOS, Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, quero dizer que não tive a oportunidade de ouvir a fala de V. Sa., porque me encontrava na abertura de uma solenidade de exposição da Universíade, mas posso imaginar, pela sua fala, que demonstra interesse e busca soluções para a Cidade. Quero dizer que há uma iniciativa no que se refere à questão dos monumentos. Temos uma Lei, no sentido a partir da Perimetral, em que se pretendia fazer uma modificação ali no Laçador, nós fizemos tramitar um Projeto de Lei, criando uma série de mecanismos nesse sentido.

Nós estaremos atentos à questão do Plano Diretor por se tratar de uma Lei Magna e fundamental que vai, por assim dizer, estabelecer os parâmetros de desenvolvimento cultural, histórico e de qualidade de vida da cidade de Porto Alegre. Então, nós queremos nos solidarizar com V. Sa. pelo interesse e, de resto, pelo interesse da Instituição, dizendo que estaremos juntos para buscar a melhor solução, porque é uma solução que vai se dar, não só para o presente, como para as gerações do futuro.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais oradores inscritos.

Democrática, mas anti-regimentalmente, vou conceder dois minutos ao Dr. João Paulo Silveira Fagundes, por causa das interrupções ocorridas no início do seu pronunciamento.

O Dr. João Paulo Silveira Fagundes está com a palavra.

 

O SR. JOÃO PAULO SILVEIRA FAGUNDES: Bem, eu quero, em primeiro lugar, registrar de que não sou representante do ICOMOS. A Sra. Marta Lompa, que deveria representar e falar aqui, por alguma circunstância não chegou a tempo, e eu me prontifiquei a falar pela comunidade, e notei, por exemplo, dentre as manifestações dos Vereadores - algumas eu anotei -, a do Ver. Raul Carrion, por exemplo, que reconhece imperfeições nesse Plano. Nós já sabemos disso há muito tempo, Vereador. Nós temos bairros que estão na mira criminosa desse Plano Diretor, que foram eleitos como alvo experimental. Experimental! Em Medicina, quando nós nos socorremos de estudos experimentais e eles não dão certo, nós os suspendemos, a gente pára para não prejudicar os pacientes que são convidados e informados desses estudos experimentais que a Medicina faz. Aqui, não! Vamos fazer estudo experimental! Se construir 18m de edifício ou 52m de edifício, vai prejudicar? Não há como voltar atrás, meu Vereador. Está feito o estrago, não há como voltar atrás.

Outra coisa que foi dita aqui e que me preocupou demais, e preocupa a todos nós, é adequar o Plano Diretor aos estatutos da Cidade. Essa adequação se socorre de expedientes que trazem como solução uma só: edificar, edificar, edificar. As áreas ociosas que há nos bairros são chamadas, pasmem, de vazios nocivos. Eu nunca vi disso! E estão pegando esses vazios nocivos e tornando-os mais nocivos com prédios de 18 andares. Eu nunca vi disso! E estão pretendendo, com esses expedientes que ainda não estão no Plano Diretor, mas estão nos estatutos da Cidade, edificar. Outra alternativa não existe, é só edificar. Por isso, meus amigos, é que estamos aqui e vamos voltar mais freqüentemente, e cada vez mais vamos encher este plenário, para que os senhores nos ouçam. Volto oportunamente. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ZÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, todos nós temos de defender o Regimento da Câmara.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sim.

 

O SR. ZÉ VALDIR (Questão de Ordem): No art. 100 da Lei Orgânica e no Regimento, que trata da Tribuna Popular, consta que aquele que fala na Tribuna Popular, tem 10 minutos, no início da Sessão, e depois há a fala de dois minutos dos Vereadores. Quero dizer que V. Exa. está inovando. Eu não quis interromper o orador, por isso falo no fim. É a primeira vez que se procede dessa forma, quero saber se daqui para frente vai ser assim sempre para todos os que nos visitarem e usarem a Tribuna Popular.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu não diria que V. Exa. formulou uma Questão de Ordem, mas eu acho que tentou botar ordem na questão.

 

(Manifestação nas galerias.)

 

Por favor! No início da fala do Dr. João Paulo Silveira Fagundes, houve uma interrupção, e eu disse que democrática, mas anti-regimentalmente, eu daria os dois minutos para fazer a compensação. Quando buscamos solução, acho que não há por que colocar óbices. Então, eu tenho a impressão de que tudo o que se desejava era harmonizar, e acho que nós conseguimos.

Ver. Raul Carrion é uma Questão de Ordem também?

 

O SR. RAUL CARRION: Eu acho que é difícil não haver o debate na medida em que o Sr. João Paulo, que parece que é dono da verdade, veio aqui ...

 

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, não é uma questão de Ordem.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, nós queremos cumprimentar V. Exa. pelo equilíbrio de repor esses dois minutos, e apenas gizar aqui que, se o nosso visitante estivesse falando bem do Governo, com certeza não haveria manifestação aqui da Bancada governista, mas como não agradou ao Governo, eles estão aqui querendo encerrar o debate.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, V. Exa. suspendeu os trabalhos, abriu a Sessão, suspendeu os trabalhos e convidou os Vereadores a participar do ato aqui na frente. Qual não foi a minha surpresa quando V. Exa. reinstalou a Sessão conosco lá, e aí...

 

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)

 

Não é Questão de Ordem, e a ordem na questão, que eu disse que V. Exa. estaria querendo colocar, está querendo tirar agora.

 

(Intervenção do Ver. Zé Valdir fora do microfone. Inaudível.)

 

Suspendi a Sessão e reabri a Sessão depois que tocou o Hino Nacional.

 

(Intervenção do Ver. Zé Valdir fora do microfone. Inaudível.)

 

Dr. João Paulo, esta Casa tem uma grande preocupação com o Plano Diretor, e essa preocupação está demonstrada e será demonstrada com mais eficiência, com mais vigor, nos próximos dias. Nós vamos ter uma Comissão para a qual estão sendo indicados os seus integrantes, e nós queremos, pela importância do momento que é o Plano Diretor, fazer com que essa Comissão se instale em Sessão Ordinária, e nós convidaremos entidades e permitiremos que tomem contato com a Comissão e, a partir da instalação dessa Comissão, as entidades vão ser ouvidas, senão não haveria por que instalar uma Comissão.

Nós, na realidade, queremos que o Plano Diretor seja realmente a vida da Cidade, que seja a saúde da Cidade, e, para isso, nós estamos instalando essa Comissão, e esperamos contar com a colaboração de todos. Saúde e paz.

Estão suspensos os trabalhos, por um minuto, para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h54min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 14h56min): Estão reabertos os trabalhos.

Neste momento, a Câmara Municipal de Porto Alegre dá início à entrega dos prêmios da sétima edição do Concurso Sioma Breitman de Fotografia/2003.

Convidamos o Dr. Samuel Breitman e Irineu Breitman a tomarem assento à Mesa.

Srs. Vereadores, nós, há pouco tempo, debatíamos o Plano Diretor e, neste momento, vamos homenagear uma figura extraordinária da nossa Cidade que foi Sioma Breitman. Aqui estão seus dois filhos: Samuel e Irineu. Encontra-se também o jornalista Benigno Rocha, representando a Associação Rio-Grandense de Imprensa.

Mas, eu disse que falávamos em Plano Diretor. A câmera mágica de Sioma Breitman com fotos em preto-e-branco marcou coisas extraordinárias da nossa Cidade. Por certo, hoje, essas fotos servirão para nós examinarmos um passado e pensarmos num presente, procurando assegurar um futuro cada vez melhor para a nossa Cidade.

Hoje estamos aqui para fazer a premiação daqueles que foram os vencedores de um Concurso que se edita pela sétima vez.

Foi classificado, em primeiro lugar, o fotógrafo Domingos Martins Costa, a quem eu peço que venha à Mesa para receber das mãos do Dr. Samuel Breitman o seu Prêmio de primeiro lugar, também o Diploma e a Medalha.

 

(Procede-se à entrega do Prêmio, Diploma e Medalha.) (Palmas.)

 

Exemplo de amor filial, os filhos querem perpetuar a memória do pai, Sioma Breitman, oferecendo aos premiados fotos que foram produzidas por ele.

O segundo colocado foi o senhor Marcelo B. Testa. Eu peço ao Dr. Irineu Breitman que lhe faça a entrega do Prêmio, da Medalha, da fotografia, e também do Diploma. (Palmas.)

 

(Procede-se à entrega do Prêmio, Medalha, Diploma e fotografia.) (Palmas.)

 

O terceiro Prêmio coube a Nivaldo Borges Granetto. Eu solicito ao representante da ARI, Jornalista Benigno Rocha, que faça a entrega do Prêmio em dinheiro, da fotografia reproduzida por Sioma Breitman, do Diploma, e da Medalha.

 

(Procede-se à entrega do Prêmio, Medalha, Diploma e da fotografia.) (Palmas.)

 

Convidamos, neste momento, para receber a Medalha e o Diploma de Menção Honrosa, os senhores Jorge Lúcio Domingos e Luiz Augusto Rebes de Abreu. Vereadora Clênia Maranhão e Vereadora Margarete Moraes, solicitaria a V. Exas. que fizessem a entrega da Medalha e do Diploma.

 

(Procede-se à entrega do Prêmio, Medalha, Diploma e da fotografia.) (Palmas.)

 

Registramos, com satisfação, que também foram selecionados, com fotos excelentes da nossa amada Porto Alegre: Alexandre Bulsing Hernandez, Ana Cristina Britto Granetto, André Chassot, Cristiano Estrela Gonçales, Daniel de Andrade Simões, Daniel Sasso de Morais, Eduardo Aigner, Gerson Luturelly, Jorge Luís Leão Machado, José Luís Waxemberg, Paula Britto Granetto, Roberta Venzon Borges e Rodrigo Fanti.

Agora ofereceremos à família de Sioma Breitman lembranças de uma síntese daquilo que fizemos como exposição.

Solicito aos Vereadores Dr. Goulart e Carlos Alberto Garcia que procedam à entrega da lembrança.

 

(Procede-se à entrega do Prêmio, Medalha, Diploma e fotografia.)

 

Queremos agradecer as presenças ilustres e queridas de Irineu e Samuel Breitman, que tudo fazem para perpetuar a memória do seu pai, que foi um homem que marcou a sua passagem por Porto Alegre. Agradecemos a ambos e ao jornalista Benigno Rocha.

Damos por encerrado este Ato. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h05min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 15h06min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Elias Vidal está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Cassiá Carpes, em Comunicações.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, amigos que se encontram nesta Casa Legislativa, dando-nos a honra de suas presenças, como também todos os telespectadores que pelo Canal 16 da NET assistem a TV Câmara, acompanhando os projetos de lei e tudo aquilo que interessa ao Município de Porto Alegre, nós saudamos a todos. Quero dizer que é uma satisfação estarmos novamente aqui no reinício dos trabalhos desta semana, segunda-feira, com os senhores. Agradeço ao Ver. Cassiá Carpes pela cedência do seu tempo para que eu possa aqui explanar um assunto que julgo ser extremamente importante.

Este Vereador protocolou, nesta Câmara, alguns Projetos, dentre eles o Projeto que fala sobre a proibição de propaganda de material pirateado, material em situação de contrafação nos veículos de comunicação.

Este Vereador também protocolou um Projeto de Lei que trata sobre a Semana de Conscientização em relação a esse assunto, a pirataria, e também protocolou um Requerimento para uma Comissão Especial, com o intuito de que esta Casa trabalhe no sentido de levantar toda essa problemática concernente a produtos pirateados, contrabandeados, etc.

Se este Vereador trabalha numa linha muito específica em relação à questão de drogas, violência, prostituição, o que tem a ver com esse assunto de material pirateado, contrabandeado, contravenção, com a bandeira que há tantos anos este Vereador vem trabalhando, anteriormente à condição de Vereador, mas na de cidadão de Porto Alegre. Esse assunto tem muito a ver com violência, drogas e por isso me chamou a atenção. Eu gostaria de, neste momento, ler aos senhores Vereadores, bem como ao público que nos assiste, algumas reportagens do dia de hoje: (Lê.) “Quadrilha ataca transportador e rouba caminhões de mercadorias”; “Apreendidos 500 mil em mercadoria - Uma operação de Policiais Civis de São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, resultou, no final da tarde de sábado, em Canoas, também na apreensão de cerca de 500 mil em mercadorias roubadas.” (Exibe o jornal.) O que se sabe é que existem, hoje, no mundo duas formas de as pessoas viverem e sobreviverem: uma, é a de se manter por intermédio de um mercado legal, formal; e a outra situação é dar sustentação à sociedade por um mercado informal, ilegal. Ou seja, são duas propostas: a da legalidade e a da ilegalidade.

Na proposta da legalidade se encontra toda a receita, a fórmula de captação de recursos para manter as questões relativas à educação, saúde e habitação; já a proposta da ilegalidade está intimamente ligada ao tráfico de drogas, prostituição, roubo, contrabando. Para não dizer que eu estou inventando, os jornais de hoje mencionam esse assunto.

Este Vereador é contra camelôs, contra quem trabalha na informalidade? Não, eu sou contra o que está por trás de tudo isso, e acredito que, como Parlamentar, a minha grande contribuição como político é ajudar para que as pessoas tenham um trabalho digno, ao invés de ficar trabalhando até tarde da noite no mercado informal, sem carteira assinada, sem férias, sem décimo terceiro, sem nenhuma garantia de vida, sem vale-transporte, sem vale-alimentação, sem nada disso. Não seria bem melhor que essa pessoa estivesse numa empresa? Pois bem, na medida em que o mercado vai-se tornando informal, por trás dele há uma rede de tráfico de drogas, de violência, de máfia: máfia chinesa, máfia japonesa, máfia brasileira, máfia paraguaia. Estamos vendo que o Paraguai é o país mais marginalizado da América do Sul, e o Brasil está indo para esse mesmo caminho; o Uruguai já está nesse caminho.

Portanto, aproveito este momento para dizer que precisamos fazer uma reflexão, e vou voltar ainda na tarde de hoje a esta tribuna para dar continuidade a esse assunto que julgo ser muito importante e necessário para todos nós, não só para entendermos, mas combatermos também. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria saudar também as lideranças da nossa Cidade que acompanham os trabalhos na tarde de hoje. Queria dedicar esses poucos minutos a uma reflexão desta Casa na tentativa efetiva de contribuirmos com um dos mais sérios problemas da área social desta Cidade, que já foi muitas vezes aqui discutido: a questão das aproximadamente 600 crianças e adolescentes que vivem nas ruas da Cidade. A Zero Hora de ontem fez uma emocionante reportagem, mais uma vez, sobre essa parcela das nossas irmãs e nossos irmãos porto-alegrenses cujo lar é a Cidade. Acho que essa reportagem específica trata de uma questão que sensibilizou a todas as pessoas que tiveram acesso e puderam lê-la. Ela se refere a aproximadamente 30% dessas 600 crianças e adolescentes que são as meninas de rua. O mais impressionante dessa reportagem é que essas crianças e adolescentes, que estão nas ruas, são adolescentes que perdem rapidamente a sua infância e que reproduzem nas ruas essa situação de abandono, porque, além de serem vítimas da falta de esperança, de expectativa, de emprego, de acesso à educação, pelo fato de elas serem meninas, pelo fato de elas serem mulheres, elas ficam, mais ainda, expostas à violência física e sexual e à gravidez indesejada. São, como diz a reportagem, “meninas mães de rua”. Eu acho que essa reportagem nos provoca, mais uma vez, a termos uma ação mais efetiva do ponto de vista da cobrança de uma política pública no nosso Município, na área social, que envolva as ações de albergagem e de abrigos da Cidade.

É importante nós reafirmarmos, teoricamente, a nossa defesa do ECA; é importante reafirmarmos, na nossa conferência, a centralidade dessas temáticas. Porém, se o nosso discurso, correto do ponto de vista político, o discurso das instituições desta Cidade, do Parlamento, da Prefeitura, por um lado, significam um avanço, nós não podemos nos conformar com o risco de que atrás da moderna linguagem do discurso se esconda a apatia na solução efetiva de uma política pública capaz de criar uma rede de atendimento a creches, a albergues, a abrigos, a casas de acolhimento com ações efetivamente restauradoras da dignidade dessas crianças, dessas mães adolescentes que têm os seus filhos nas ruas, sendo a maioria contaminada pela AIDS, terão seus filhos com a grande chance de também nascerem já contaminados.

Eu acho que nós temos de unificar a ação de várias comissões técnicas desta Casa para que nossa ação seja mais forte na fiscalização dessas políticas e na implantação de novas medidas que ultrapassem o discurso e se efetivem na prática, modificando a vida real dessa parcela das cidadãs e dos cidadãos de Porto Alegre, que ainda não tiveram a garantia da sua cidadania.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa comunica que o Ver. Juarez Pinheiro está em representação externa, nesta data, no Seminário “Aviação Civil: Fator Estratégico de Desenvolvimento”, que está se realizando durante todo o dia na Assembléia Legislativa.

O Ver. Darci Campani está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente da nossa Casa, Ver. João Antonio Dib, colegas aqui presentes na Sessão, demais representantes do Movimento Negro, mobilizados no Projeto de Cotas, gostaria de fazer uma intervenção, aproveitando este espaço em relação ao seminário que o Partido dos Trabalhadores fez, sexta-feira, na cidade de Ijuí, no auditório da Universidade de Ijuí, na UNIJUI. O tema que tratamos lá foi a questão dos transgênicos, assunto que para nós é da maior importância, tendo em vista o Projeto de Lei que está para ser editado, agora, pelo Governo Federal regulamentando, para os próximos períodos, a questão dos transgênicos.

Eu gostaria de me dirigir não tanto aos técnicos, mas à população em geral, que está acompanhando, porque normalmente acaba acontecendo isso, ela acompanha à distância o debate, no qual a imprensa mostra apenas um lado, o lado que importa aos interesses econômicos das grandes empresas, das multinacionais. Até sabemos, porque temos amigos, a imprensa está dizendo que não aumenta a quantidade de agrotóxicos que vai ser utilizada; pelo contrário, baixa. Então, ficamos conversando com as pessoas e vemos o quanto existe de desinformação em relação a vários assuntos, especificamente à questão dos transgênicos.

A transgenia é uma técnica dentro da engenharia genética, boa, viável, tem que ser pesquisada, tem de ser aprofundada, em alguns casos de grande utilidade, para meios restritos, para lugares bastante restritos, nos quais se tenha a garantia de que aquele movimento feito geneticamente, aquela inserção de genes em um determinado ser não possa sair por aí mundo afora se propagando. Porque essa alteração para fazer, por exemplo, a insulina, é uma técnica de transgenia, mas é feita em laboratório, dentro do laboratório, e não há extravasamento de nenhum ser vivo que possa transmitir a sua característica genética para outros seres. Quando tu vais para lavoura, isso já não acontece. E aqui nós temos dois jornais, uma revista, que mostram uma série de dados consolidados relativos à proliferação e à dispersão de genes transgênicos na natureza.

Existe um gene que já está patenteado pela Monsanto, que é a empresa que está por trás de todas as manchetes da nossa imprensa, que dá a característica de que a planta filha vai ser estéril. Tu consegues plantar aquela semente, mas a semente dela nunca vai germinar, porque existe um gene trazido de uma outra espécie que acaba com a fecundidade da semente que vai nascer daquele filho. Então, não vai haver uma geração de netos. Esse gene pode ser introduzido em qualquer variedade, e nós temos casos de várias gramíneas, o milho, o trigo, todas essas plantas. Se esse gene for produzido em uma lavoura pequena, onde não haja segurança de que esse gene vai ficar restrito ali, ele pode contaminar, às vezes, gramíneas nativas, que estão ali ao natural, crescendo nas propriedades vizinhas, e essas plantas não vão poder mais se reproduzir por semente, porque esse gene transmitirá essa característica para essas sementes também, criando um problema de disseminação de um gene que causa a esterilidade dos vegetais, o que pode vir a acontecer com as gramíneas que têm essa característica de germinação cruzada. Além do que, essa empresa Monsanto produz aquele gene e, onde ela se espalhar, ela pode depois cobrar os royalties, que até hoje ela não conseguiu dizer o quanto vai cobrar. Na Assembléia Legislativa o Deputado Estilac Xavier já convocou essa empresa três vezes; por três vezes ela marcou data na Assembléia Legislativa e ela nunca apareceu, porque não quer expor aos agricultores, alguns que estão hoje no “canto da sereia”, achando que isso vai ser muito bom para eles, mas que vai trazer mais custos, porque já está comprovado que, primeiro, a empresa cobra royalties elevadíssimos; segundo aqueles que gastam menos herbicida no início, depois vão gastar muito mais, porque a própria planta que o herbicida procura combater adquire resistência e, depois, vão ter que usar muito mais para poder fazer o mesmo tratamento. Eu encerro por aqui. Eu achei que o espaço fosse de 8 minutos. É de 5 ou 8 minutos, Vereador?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É de 5 minutos.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Então, voltaremos na próxima intervenção para falar mais sobre os males que a transgenia usada a campo aberto traz para a humanidade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart, em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, de antemão, agradeço ao Ver. Dr. Goulart pela cedência de tempo. Em reunião de Bancada, realizada hoje pela manhã, na qual sempre tratamos dos assuntos da pauta, um dos assuntos era sobre as carroças da cidade de Porto Alegre, mais uma vez. E é bom que se diga que esta Câmara, este Parlamento tem pautado, com prioridade, este assunto nesta Legislatura. Ela tem realizado, no mínimo, uma audiência pública mensal para tratar deste tema, desde 2001. Portanto, vão-se mais de dois anos tentando equacionar isso. E a imprensa pauta: (Lê.) “Horário para carroças é desrespeitado na Capital”; “Maior rigor sobre o uso de veículo foi anunciado em julho de 2002”. Isso foi através de um Termo de Compromisso de Ajustamento, coordenado pela Promotora Sandra Segura, que recebeu uma demanda do fórum que nós estabelecemos aqui na Câmara de Vereadores, quando a Prefeitura respondeu que não tinha as informações sobre autuações de carroças e sobre maus tratos aos animais, porque isso seria com a Brigada Militar. Mas como com a Brigada Militar, se o órgão fiscalizador, regulador, disciplinador do trânsito na cidade de Porto Alegre é a EPTC? E como dizer que é da Brigada Militar, se o trânsito foi municipalizado, e nós estamos lidando com veículos de tração animal, mas que dizem respeito ao trânsito? E como seria com a Brigada Militar, se nós estamos lidando com o impacto local, qual seja, maus tratos a animais? É política municipal local, isso está muito bem legislado em nível federal.

Quando a Prefeitura se omitiu, confessando a omissão, nós representamos ao Ministério, que abriu um Inquérito Civil e ajustou um Termo de Compromisso de Ajustamento com a EPTC e com Brigada Militar para que a EPTC, então, coordenasse um trabalho junto com a Brigada Militar, invertendo o processo. A Brigada Militar, como órgão de apoio, para disciplinar, justamente, horário, excesso de peso, locais, os locais mais movimentados onde se poderia transitar, as avenidas mais movimentadas, os maus tratos. Conseguimos os veículos para recolher os animais e levá-los até o local adequado, com o acompanhamento de veterinários. Pautamos esse assunto aqui em 2001, quando, então, em julho de 2002, se estabeleceu esse Termo de Compromisso de Ajustamento. E mais, nós identificamos que as carroças buscam o quê? Resíduos. E não se tem dado alternativa para isso. O que é que eles querem? Eles querem um galpão qualificado, com infra-estrutura para eles poderem, então, receber os resíduos, fazer a triagem e vender. É o que eles querem. E nós estamos com esse Projeto já anunciado, não o Projeto de Lei, o Projeto com a iniciativa privada, com o Poder Público, inclusive Estadual, para, então, oferecermos, porque eles não têm alternativas, estão aí na informalidade, na clandestinidade, por motivo de sobrevivência, mas sem uma alternativa. Nós estamos buscando, portanto, essa alternativa.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vossa Excelência, Ver. Beto Moesch, tem procurado, como Presidente da Comissão de Saúde, se dedicar a esses casos que afligem a Cidade e que foram, hoje, pauta de nossa reunião durante toda a manhã, como é realizada toda a segunda-feira.

Mas, o grande problema é que nós hesitamos em tomar qualquer iniciativa, porque ficamos detidos entre o problema social, problema que, eminentemente, é social; as carroças são conduzidas por gente que precisa daquele sustento, mas, às vezes, são conduzidas por crianças, Vereador! Crianças de oito anos, de seis anos, de 10 anos e, via de regra, são conduzidas por crianças. Então, não é possível! O PT tem que enfrentar esse problema de peito, porque nós não podemos mais ficar aqui esperando mais tempo! Os Vereadores são os culpados! Como é que nós vamos nos desvencilhar disso? Presidente da Câmara, V. Exa. tem responsabilidade! Atiram no nosso rosto que nós não tomamos conhecimento! Mas nós tomamos conhecimento, e V. Exa., Presidente da Comissão, é um inclemente cobrador de tudo isso. Mas tudo infrutiferamente, porque continua tudo no mesmo! PT reaja! Prefeitura reaja!

 

O SR. BETO MOESCH: Ver. Pedro Américo Leal, concluindo, já esgotou o nosso tempo, eu lhe agradeço pelo aparte e quero dizer que nós estamos conseguindo avançar em alguns aspectos, mas, realmente, não está fácil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tenho o prazer de registrar a presença nesta Casa do ator José Victor Castiel. É uma figura que honra o Rio Grande e honra Porto Alegre e que é filho de um amigo meu. Isso faz ele levar um ponto a mais. Saúde e paz, Victor Castiel, tu és bem-vindo!

O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, dando continuidade ao assunto que há pouco estava falando, sobre a questão da pirataria, quero ler aqui algo bastante estarrecedor: (Lê.) “O Brasil perdeu, em 2001, 9,6 bilhões de arrecadação. Desta época até os dias de hoje, quase nada foi feito. Portanto, podemos avaliar que o País desperdiçou 19 bilhões, ou cerca de mais de 57 bilhões nos últimos dois anos. Desde 2001, a Federação liderada por uma campanha estadual de combate à sonegação por meio de pirataria, cujo Presidente atual, Renan Proença, destacou a abertura do evento”. Mais embaixo, o artigo diz que 5,7 milhões de casas populares no Brasil poderiam ser construídas. O Estado poderia se candidatar no mínimo a 570 mil habitações. Segundo ele, perde-se 1,5 milhões de novos empregos por ano. Trata-se de uma verdadeira chaga social, definiu o Presidente da FIERGS Renan Proença.

Eu quero chamar a atenção novamente dos senhores para este assunto que tem me preocupado muito. Está-se aproximando o ano que vem, ano das eleições, e sempre em véspera de eleições ou durante as eleições, o que os candidatos mais procuram fazer nas suas campanhas, sempre com uma proposta na área da educação, saúde, habitação e assim por diante. Todos fazem essa proposta, e, realmente, eu acredito ser a vontade sincera de todos fazer algo nesse sentido. As pessoas reacendem os seus anseios, as suas esperanças, os seus sonhos e buscam um candidato que lhes traga mais segurança, mais habitação, saúde e assim por diante.

Como se resolve o problema da sociedade no que tange a esses aspectos? Por meio da arrecadação. Um exemplo prático, muito comum hoje em dia: consideremos uma casa em que o pai trabalha, a mãe trabalha, os filhos trabalham, os sobrinhos trabalham, todos trabalham, porque está muito difícil hoje em dia manter-se uma família; forma-se um grupo de pessoas da mesma família, e, com esse grupo de famílias que trabalham, procura-se desenvolver uma economia e, assim, fazer frente às despesas. Numa família mais humilde, como foi a minha, todos os irmãos trabalhavam, um responsabilizava-se pela luz, o outro pelo gás, o outro ajudava a pagar alguma outra prestação, a alimentação e assim por diante, e a família unida fazia frente as suas despesas financeiras.

Numa comparação um pouco grosseira, mas que serve como exemplo, um Estado, uma Nação, um País sobrevivem com as arrecadações. À medida que as empresas vão falindo, a arrecadação diminui. Para comparar, numa família de 4 ou 5 pessoas, uma perdeu o emprego, daqui um pouquinho o marido perde o emprego, e diminui a arrecadação da família. A esposa perde o emprego, diminui mais um pouco; se todos daquela família ficarem desempregados, vai faltar dinheiro para pagar a luz, para pagar a água...

Sr. Presidente, não estou conseguindo falar, há muito barulho aqui próximo. Há pessoas conversando, e acho que o assunto é muito importante para Porto Alegre e para nossa Nação, para o nosso Estado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu acho que o Plenário está razoavelmente em silêncio.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Talvez tenha sido desse outro lado, Sr. Presidente. Alguém falou muito alto e tirou este Vereador de sua concentração. Obrigado.

Então, quando todos se tornam desempregados numa família, não há dinheiro para pagar luz, água, gás, não há dinheiro para comprar alimentos, e aquela família passa a ter muitas necessidades. Se num Estado, num Município, num País as arrecadações caem, como aqui no Estado nos últimos meses caiu em 200 milhões de reais, o que acontece? Começa a faltar dinheiro para os programas sociais, para os serviços básicos da sociedade.

Este Vereador tem-se dedicado também a esse aspecto, porque entende que a pirataria, a falsificação, contrabando, cargas roubadas, além de estarem intimamente ligados com a prostituição, com as drogas e com a violência, também geram miséria, pobreza e desemprego. Quantas pessoas vêm à Câmara de Vereadores, muitas vezes, pedir um emprego, usando a influência de um Parlamentar para ajudar a conseguir um trabalho, quando a responsabilidade desta Casa é fazer leis e fiscalizar? Mas o que acontece, por exemplo, quando um mercado vai se tornando cada vez mais informal? O dinheiro não entra para os cofres públicos; e esse dinheiro que poderia ser usado de uma forma legal para sanar os problemas da sociedade, com a sua ausência, com a falta desse dinheiro, vem, então, o desemprego e vem, cada vez mais a miséria e a violência.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, eu quero colaborar com V. Exa., com a Casa, e inclusive com os negros que nos honram com suas presenças aqui nesta tarde, aguardando a votação do Projeto de Lei do Executivo que concede cotas para concursos públicos. Eu fui relator da matéria, por isso quero, desde logo informar, Sr. Presidente, que pela nossa ordem, na Ordem do Dia, em primeiro lugar é o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O primeiro, hoje, da Ordem do Dia é o Veto, e, se não for o Veto, estará tudo trancado.

 

O SR. NEREU D’AVILA: O Veto tranca. Então, é previsível já dizer – é o que estou fazendo neste momento, com a vênia de V. Exa. – que sem a votação do Veto, não é possível votar dois outros projetos da maior importância, que são: a questão das cotas dos negros e a questão dos conselheiros tutelares. Os conselheiros já sabem que será na quarta-feira, e eu diria aos nobres visitantes que hoje não será possível votar as cotas dos negros. Porque isso não é uma questão de má vontade dos Vereadores; pelo contrário, nós estamos com muito interesse de que esse Projeto seja votado o mais breve possível. Mas, sem o Veto, não é possível. Então, eu peço vênia de Vossa Excelência para dizer que hoje não será possível votar essas cotas. Quem quiser aguardar o desenrolar dos trabalhos, honra-nos, mas, realmente, estão liberados os que estavam interessados na questão das cotas dos negros. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Correta a exposição de V. Exa. Em primeiro lugar, na Ordem do Dia, vamos apreciar o Veto Total ao PLL nº 194/01, que tranca as matérias a serem votadas desde dia 30 de agosto, impedindo que se vote algo mais. Mas, antes de entrar na Ordem do Dia, nós temos ainda a Pauta e as Comunicações de Liderança, o que realmente impede que se vote algo mais além do Veto.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Elói Guimarães, em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, também na TVCâmara, eu quero saudar a todos. Quero fazer, hoje, aqui nesta tribuna, dois registros: o primeiro deles é o acontecimento que houve na Restinga, neste fim de semana, no CECORES, essa integração entre as escolas municipais, estaduais e comunidades. Eu faço esse registro com muita alegria. Lá, no domingo, no CECORES, aproximadamente dois mil jovens, adolescentes e crianças, participaram dessa integração entre as escolas e a comunidade. Foi um dia marcante. Eu acho que foi um belo dia para a Restinga, um belo dia para a comunidade da Zona Sul. Eu faço esse registro e faço esse destaque, porque com essa integração entre as comunidades, entre as escolas, minha cara Presidenta, Ver.ª Maria Celeste, vai-se ao encontro daquilo que a comunidade espera, daquilo que a comunidade quer, que é contar com o apoio das lideranças, enfim, das entidades, como o apoio da Secretaria do Estado, do Município e a liderança daquela comunidade.

Estava presente também a Profª Maria do Carmo, que foi Diretora de uma das maiores escolas da Zona Sul de Porto Alegre, a Cônego Paulo de Nadal, meu caro Ver. Dr. Goulart, por longos anos. Ela iniciou um trabalho de dança na Escola Cônego Paulo, uma Escola de gente pobre, gente humilde, mas gente extremamente boa. Estava lá presente com um grupo de jovens, fazendo uma apresentação de danças com aquelas crianças Quero aqui, acho que não só em meu nome, mas também em nome desta Casa, parabenizar todas aquelas entidades que estiveram presentes, as escolas municipais, a direção das escolas municipais e estaduais e aquela comunidade, porque foi um dia muito marcante. Fica aqui o nosso reconhecimento também à Profª. Maria do Carmo, que tem feito, ao longo da sua história como educadora, esse belíssimo trabalho.

O segundo registro que eu quero fazer, também reconhecendo o trabalho integrado da Secretaria de Segurança Pública, juntamente com a Polícia Civil e com a Brigada Militar. A Brigada Militar criou, hoje, na Zona Sul, e creio que vai se espalhar para toda a nossa Porto Alegre, uma “patrulha comercial”. E quem comanda lá na Zona Sul essa Patrulha é a Major Silvia, juntamente com o Sargento Jader e outros policiais da Brigada Militar. Como é que funciona essa “patrulha comercial”? O Sargento Jader faz uma visita aos comerciantes da Zona Sul - como já disse, acho que vai se espalhar por toda Cidade, porque é um trabalho extremamente importante -, e nessa visita, o Sargento Jader, juntamente com os seus colegas policiais, ouve os comerciantes. Nós sabemos que não é só nesta Cidade que há insegurança, o Rio Grande e o País também enfrentam esse problema nos dias atuais, e principalmente, os pequenos e médios comerciantes. Essas pessoas, muitas delas, trabalham de 12, a 15, a 18 horas por dia tranqüilamente, contribuindo com os seus trabalhos e com seus impostos, cujas redes dão empregos para muitos funcionários. Nessa visita da Brigada, eles ouvem os comerciantes, e também com a experiência que têm, eles até instruem para que os comerciantes tenham também algum cuidado. E quando acontece um assalto, meu caro Coronel Pedro Américo Leal, que sabe e conhece muito bem essa área pela sua história, esse comerciante tem um telefone direto com essa patrulha. Eu faço esse registro com muita alegria no dia de hoje, nesta Casa, porque eu tenho sentido por parte desses comerciantes que eles estão se sentindo pelo menos ao longo da sua história, valorizados pelo órgão público, pelo órgão que tem a responsabilidade de dar segurança a esses comerciantes. Conforme vimos na última reunião, já fizemos algumas reuniões, é um serviço novo e é um serviço que está dando certo. Por que eu digo isso? Por que ouvi os comerciantes que se fizeram presentes na última sexta-feira, na reunião da CONSEPRO da Vila Nova. Está também integrado o Delegado Rosalino, que parece estar respondendo agora pela Restinga, pelas duas. Agradeço ao Ver. Carlos Alberto Garcia, que confirma que ele responde pela Restinga e pela 13.ª, na Cavalhada. Pelo trabalho que o Delegado está fazendo junto com a Brigada Militar e integrado com a comunidade. Eu faço um apelo nesta Casa: que a Secretaria de Segurança – está sendo feito um trabalho que está dando certo - mantenha o Delegado lá por um longo tempo e, também a própria Brigada Militar, porque há muita mudança de comando. A maior preocupação das comunidades é a mudança de comando. Por que eu digo isso? Digo isso, meu caro Ver. Dr. Goulart, porque o serviço está dando certo. A gente ouve os comerciantes.

Portanto, eu trago aqui, em nome daqueles comerciantes da Zona Sul, um sincero agradecimento à Secretaria de Segurança Pública, ao Comando da Brigada Militar, e um agradecimento especial à Comandante, que é uma senhora, que está trabalhando com o Delegado da 13.ª Delegacia, que responde também pela Restinga.

Portanto, fica aqui esse registro e fica o agradecimento a todas essas entidades pelo novo trabalho que está acontecendo nos nossos órgãos de Segurança. Muito obrigado, Sra. Presidenta, que preside os trabalhos neste momento, Ver.ª Maria Celeste.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sra. Presidenta, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a Assembléia Legislativa tem um dispositivo regimental no sentido de que se pode colocar nos Anais da Assembléia, documentos, cartas e outros instrumentos que os Deputados julguem importantes; eles os colocam num livro, que é o livro dos Anais, nos quais os Deputados ou a população podem procurar aquilo que consideram importante.

Nesta Câmara infelizmente não há isso, alegando falta de verbas - essa velha cantilena - aqui não há isso - o que eu lamento.

Então, como não há isso, eu quero ler, para que fique nos Anais, por intermédio do pronunciamento deste Vereador, um documento da mais alta importância. Saiu um artigo no jornal Zero Hora, de ontem, do consagrado historiador e professor Voltaire Schilling, sob o título “A conversão de Luiz Inácio”. E eu leio: “Os judeus conheciam-no por Saulo, os gregos por Paulo. Nascera em Tarso, então cidade refulgente da Anatólia, posto onde Cícero, o grande advogado romano, exercera funções públicas. Criou-se, todavia, em Jerusalém, onde freqüentou até graúdo as escolas rabínicas, sem nunca descuidar-se do trabalho manual. Os gregos denominavam a habilitação de Paulo, um homem que viera das classes humildes, de skenopoios, o que sabia fazer tendas, um tanto assim como um curtidor de couros: Paulo era povão.

No Ato dos Apóstolos, identificam-no, por essa época, como o tipo acabado do cruel perseguidor dos cristãos a serviço do Sinédrio, o tribunal de Jerusalém. Paulo desprezava a gente de Jesus por desrespeitar o descanso sabático, rejeitar a circuncisão e deixar-se poluir no contado com pessoas ou coisas nefastas. Cercando os lares dos seguidores do Crucificado, ele ‘devastava a Igreja, entrando nas casas; e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão’. Como o teólogo E. Hachen assegurou, ele ‘não era o chefe de um comando... mas, sim, a própria perseguição personificada’. Não só isso, quando ainda moço, ele teria testemunhado a morte de Santo Estêvão, o primeiro mártir do cristianismo, que, após ter sido exposto frente ao Sinédrio, foi estraçalhado a pedradas por um bando de fanáticos fora dos muros da cidade.

Militando entre os fariseus, atarefou-se em expurgar da cidade sagrada qualquer tipo de heresia ou dissidência que pudesse enfraquecer os seguidores da Lei Mosaica. Acreditando ter feito uma limpeza em regra na comunidade cristã de Jerusalém, ele apresentou-se ao Sumo Sacerdote, colocando-se à disposição para outras missões, ainda mais extremadas.

Ciente da existência de uma ativa comunidade da nova igreja na cidade de Damasco, Paulo se dispôs ir até lá com uma guarnição, possivelmente no ano 35, para apavorar aqueles ímpios. Então, foi na estrada para a capital da Síria que se deu o misterioso episódio. Trotando com os seus pelo longo caminho, repentinamente, das instâncias celestiais, o fariseu ouviu uma voz: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’

Cegado e meio tonto, sobressaltado, percebeu que fora o próprio Ressuscitado quem se dirigira a ele. O efeito foi eletrizante. Paulo chegou um homem diferente a Damasco. A epifania, a aparição divina, operara um milagre: o inquisidor, o mastim dos nazarenos, carregado de culpas, metamorfoseou-se no mais dedicado apóstolo de Jesus Cristo. Passaram-se quase 20 séculos dessa conhecida história, quando, em outro mundo, em paragens e latitudes afastadíssimas da Terra Santa, deu-se por igual uma estranha conversão. No ano de 2003, escolhido pelos seus para erradicar da capital do Brasil as nefastas doutrinas do neoliberalismo e suas garras - a trindade do FMI, do Banco Mundial e da ALCA -, que lá se aninharam, o eleito, vindo dos ofícios mecânicos, baixo, troncudo e barbudo como Paulo, estava disposto a tudo. Eis que no vôo para Brasília, lá do alto, das lonjuras do etéreo, parece ter sido assediado por uma voz: ‘Luiz Inácio, Luiz Inácio, por que me persegues?’ Viu-se então outro assombro da transfiguração instantânea. Ao escutar o vozeirão do capitalismo, o eleito aterrizou outro homem no Planalto Central. Entendendo que somente dissera bravatas no passado, parece não haver hoje, entre seus devotos seguidores, ninguém acima dele mais convicto das virtudes revigorantes do empreendimento privado, dos cifrões e da sabedoria das instituições internacionais. Aceitou, inclusive, estarrecendo os beatos, até conviver com os transgênicos, o grão fabricado do próprio Belzebu”.

Esse é o artigo magnífico que nos ofereceu Voltaire Schilling, na Zero Hora de ontem, domingo. Parabéns, grande historiador Voltaire Schilling, nós estamos contigo!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. Dr. Goulart, eu, na verdade, falaria logo em seguida, mas, frente à leitura desse artigo publicado em Zero Hora e lido pelo Ver. Nereu D’Avila, estou, ato contínuo, a vir a esta tribuna. Tudo isso que ele está dizendo está simbolizado em algumas questões que se traduzem na vida real do cidadão brasileiro. Nesse final de semana, Ver. Dr. Goulart, eu fui aperfeiçoar aquilo que tenho feito no gabinete, que é a pesquisa. (Mostra um gráfico.) E aqui estão o gráfico e os valores repassados do SUS, do Governo Federal, comparando os primeiros meses de 2002 para os seis meses de 2003. Isto, Ver. Dr. Goulart, importa uma redução de 40% da redução da verba do SUS para Porto Alegre. E por que isso está lincado com o que o Ver. Nereu D’Avila disse? Por que este Governo da República é um governo que está a serviço da “banqueirada”! Este Governo da República é vassalo do capitalismo! Este Governo da República consegue aumentar o superávit primário para pagar o juro da dívida externa! Este Governo consegue investir mais em propaganda do que nos investimentos reais da necessidade do seu povo.

Ver. Dr. Goulart, V. Exa. me dizia, ontem, no Seminário da UAMPA, quando lá conversávamos, que em 200 anos da história da Santa Casa... Pois a Santa Casa, Ver. Luiz Braz, fechou a sua Emergência, e, quando a Santa Casa fecha a sua Emergência, na área da saúde eu nem sei mais a quem recorrer, porque essa instituição... O Dom Vicente Scherer deve estar se remoendo ao ver essa situação, porque a concepção da Santa Casa foi para atender os humildes, os desprovidos.

Ver. Dr. Goulart, todos nós temos responsabilidades e, em mais um final de semana andando por Porto Alegre, do Lami ao Sarandi, vimos que não há um lugar pelo qual se passe nesta Cidade, Srs. Vereadores, Ver. Reginaldo Pujol, em que não haja uma família dizendo: “Eu estou na fila precisando do exame”, ou “Eu estou aguardando uma cirurgia”, “O posto da minha comunidade não funciona, não tem médico, não tem enfermeiro, não tem remédio”! Esta é a dura realidade e parece que os gestores do Paço Municipal têm dinheiro para dar aos CCs, para fazer aliança espúria, mas não têm dinheiro para a Saúde! Isto eu vou dizer, Ver. Dr. Goulart: eu acho que nós devíamos fazer uma vaquinha, nós da verdadeira oposição, contratar um carro de som e denunciar para a população de Porto Alegre - porque é o que nos resta, Ver. Isaac Ainhorn -, a todos os lares, essa barbárie que nós estamos vivenciando nesta Cidade, que se vangloria para o mundo, dizendo que aqui se constrói cidadania, mas as pessoas estão morrendo na fila! As pessoas estão perdendo seus membros, sendo amputadas, porque não são atendidas na hora certa! E aqui está o espelho desse Governo que tem dinheiro para o FMI, que tem dinheiro para o Banco Mundial, que tem dinheiro para fazer propaganda do Fome Zero, mas que não tem dinheiro para a saúde, porque são 41,75% se eu comparar os primeiros seis meses do Governo do FHC com o Governo do Seu Lula. Isso aqui é real; eu quero que contestem. Isso aqui está no site do Ministério da Previdência, dinheiro fundo a fundo, Vereador-Presidente.

Nós queremos aqui, mais do que fazer uma denúncia, fazer uma conclamação aos verdadeiros companheiros da oposição: o povo espera uma atitude desta Casa; milhares, centenas de pessoas estão morrendo na fila. Nós somos Vereadores desta Cidade e temos de fazer o nosso papel.

Portanto, Ver. Dr. Goulart - V. Exa., que é um ícone, V. Exa. que nos lidera, V. Exa. que nos conduz, V. Exa. que conhece essa matéria como poucos, mas muito mais do que a média desta Casa -, é hora e é momento de tomar-se uma atitude, porque este Governo neoliberal recauchutado tem dinheiro para os CCs; corta o pãozinho do trabalhador da SMOV, mas tem dinheiro para a “cecezada”, para fazer cooptação de cargos, e não tem dinheiro para a saúde. Isso a opinião pública tem que saber, porque o discurso da Frente Popular é um discurso jeitoso...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, Vereador.                 

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: ...mas a prática é uma prática conservadora, reacionária, direitista. Aliás, têm dito muitos filósofos: o PT no poder, com Luiz Inácio, tem sido a esquerda que a direita gosta, porque está fazendo o jogo, bonitaço.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson, em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, dia 1º de setembro, é o dia do profissional de Educação Física, e assomo a esta tribuna para fazer uma justa homenagem a todos os meus colegas profissionais de Educação Física de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil. Quero cumprimentar o Professor e Vereador Coronel Pedro Américo Leal, professor de Educação Física, e Darci Campani, Vereador desta Casa, que está fazendo o curso de Educação Física e que, em breve, vai ser mais um colega nosso.

No dia 1º de setembro de 1998 foi sancionada a Lei nº 9.696, que regulamenta a profissão de Educação Física. É importante salientar que essa luta da categoria começou em 1950, e depois tomou corpo nos anos 80. Foram mais de 40 anos de luta contínua, e quem ganhou com essa espera, podem ter a certeza, foi a população do nosso País. Hoje, em todo o território nacional, existem mais de 400 faculdades de Educação Física. Atualmente, já estão registrados, nesses 5 anos, no Conselho Federal de Educação Física, quase 80 mil profissionais distribuídos em 11 Conselhos Regionais. E, com muita alegria, digo que eu tive a felicidade de acompanhar esse movimento e de ter sido indicado pelo meu Estado, o Estado do Rio Grande do Sul, como Conselheiro Federal, e lá já estou nesses 5 anos.

Todos nós temos ou tivemos uma ligação forte com a atividade física, seja através das aulas de Educação Física, seja através de atividades esportivas ou mesmo nas mais variadas formas de lazer e recreação. A atividade física é algo que deveria fazer parte do nosso cotidiano. Iniciaria com o nascimento e iria até o final das nossas vidas. Sabendo do valor da atividade física é que, desde 1997, a Educação Física faz parte das profissões da saúde, como membro integrante do Conselho Nacional de Saúde. A atividade física atua dentro da saúde com uma visão profilática, prevenindo inúmeras doenças e nos ajudando, principalmente, na longevidade. O esporte desperta em todos os povos uma paixão tão grande que, mesmo nos momentos mais conflitivos do mundo, tivemos tréguas para que os jogos pudessem ser realizados, como ocorria na antiga Grécia; e, recentemente, no Iraque, muitos ficaram surpresos, vendo militares americanos e militares iraquianos num jogo de futebol.

O profissional de Educação Física atua nas mais diferentes áreas, tais como em desportos, nas lutas, nas danças, na ginástica, no fitness, nos esportes radicais e nos desportos na natureza. Esses profissionais trabalham nos mais diferentes locais: em escolas, clubes, creches, empresas, academias, clínicas, hospitais, hotéis, spas, condomínios, praças e parques.

Quero, neste dia, aproveitar a oportunidade para saudar a cada profissional de Educação Física de Porto Alegre, do nosso Estado e do nosso País pelo seu trabalho em prol da saúde e do lazer do nosso povo.

Aqui, no nosso Estado, no Rio Grande do Sul, hoje, temos mais de trinta faculdades de Educação Física, formando, aproximadamente, 1.500 profissionais por ano.

Quero em nome do meu Partido, o Partido Socialista Brasileiro, mais uma vez saudar esses profissionais.

Quero ainda fazer uma saudação especial à Professora Adriana Alves, professora de Educação Física e técnica da nossa ginasta gaúcha Daiane dos Santos, que foi a primeira atleta brasileira a ganhar uma medalha de ouro em mundial de ginástica. Além da conquista, a Daiane, por orientação de sua técnica, introduziu um elemento novo que foi o duplo twist carpado, que recebeu o nome de “Dos Santos”. Daiane dos Santos surgiu no CETE e, depois, foi para o Grêmio Náutico União.

Quero também parabenizar o atleta gaúcho Fabiano Peçanha, atleta da Universidade de Santa Cruz, que já havia sido campeão nos Jogos Pan-Americanos nos 800 metros, e, na semana passada, foi 3º lugar nos 1.500 metros, na Universíade – evento que está comemorando 40 anos em Porto Alegre.

Para finalizar, esta semana, aqui no Estado, estamos comemorando a Universíade, que iniciou em 1933, sendo, hoje, o segundo maior evento do mundo, só perdendo para as Olimpíadas. Em todas essas vitórias que os nossos atletas obtiveram, podem ter a certeza: ao seu lado estava um profissional da área de Educação Física, orientando o seu desempenho. Parabéns a todos os profissionais de Educação Física!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Está encerrado o período de Comunicações.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, para marcar devidamente a entrada em vigor, no dia de hoje, do escorchante aumento de 167% do imposto chamado de Contribuição sobre o Lucro Líquido das Empresas e ainda do aumento da COFINS das instituições financeiras de 3 para 4% - imposto esse que, certamente, será pago pelos tomadores de empréstimo e que foram decretados pelo Governo Federal, os quais vão sobrecarregar fortemente a classe média e que começam a ser cobrados, precisamente, nesta segunda-feira, dia 1º de setembro. O Partido da Frente Liberal, em todo o território brasileiro, está-se associando ao movimento nacional suprapartidário, que manifesta o seu repúdio ao “Partido do Tributo”: ao PT. A Contribuição sobre o Lucro Líquido era de 1,08% e passa, a partir de hoje, a 2,88%, subindo, portanto, 167%!

Foi aprovada há três meses, de forma a cumprir o prazo de 90 dias, para entrar em vigor neste 1º de setembro.

Além desse aumento recorde, trata-se de um imposto que atinge setores sensíveis da classe média, como médicos, dentistas, mecânicos, advogados, jornalistas, artistas de tevê e, também, todos aqueles trabalhadores que, premidos pela falta de emprego ou para melhor explorar as suas habilidades profissionais, se transformaram em pessoas jurídicas, como normalmente é entendido pela população. Em conseqüência, a partir de hoje, os pacientes dos médicos, dos dentistas, por exemplo, vão pagar mais caro pelos serviços médicos e odontológicos, ou seja, todos os cidadãos serão atingidos.

As COFINS das instituições financeiras ou chamadas COFINS dos bancos, como são conhecidas, eram, até ontem, de 3% e passam a ser, a partir de hoje, de 4%. E, com toda a certeza, não serão os banqueiros que irão pagar esse aumento, mas todos os tomadores de empréstimos bancários, sejam aqueles que usam o cheque especial, sejam aqueles outros que buscam financiamento para a produção da agricultura, da indústria e do comércio. Ou seja, novamente, todos os cidadãos serão atingidos.

O impacto em cadeia no bolso do cidadão lembra, pelo abuso e insensibilidade dos que aumentaram a Contribuição sobre o Lucro Líquido e a COFINS das instituições financeiras, o episódio histórico da Derrama, a cobrança dos impostos pela Coroa Portuguesa, que provocou a Inconfidência Mineira e o martírio de Tiradentes.

Não é justo que os brasileiros, que vivem num País independente, democrático e soberano, neste ano de 2003, venham sofrer a humilhação pela qual os brasileiros passaram em 1789, quando ainda éramos mera colônia de Portugal. Na verdade, a Contribuição sobre o Lucro Líquido e a COFINS das instituições financeiras são apenas mais alguns dos aumentos de impostos que estão ocorrendo no Brasil, desde o início da transição para a posse do Governo Lula até hoje, aproveitando, obviamente, a boa vontade geral com a nova Administração. Não podemos nos esquecer também do aumento do Imposto de Renda, o PIS/PASEP, do Simples e da Contribuição sobre o Lucro Líquido - todos ocorridos a partir de janeiro, já no Governo do PT; ou seja, todos os cidadãos estão sendo atingidos. O Dia da Forca também se destina a denunciar a nova e abusiva série de aumentos de tributos que a Reforma Tributária trará, se o Congresso Nacional não reagir à sanha devoradora dos recursos pelo Governo Petista.

A forca, instrumento degradante do martírio de Tiradentes, é adotada como símbolo da indignação atual dos brasileiros contra o aumento de impostos, a um só tempo humilhante para os cidadãos e altamente negativo para o desenvolvimento nacional.

Por isso apoiamos firmemente o Dia da Forca e reafirmamos a linha oposicionista responsável pelo Partido da Frente Liberal que, no País inteiro, brada uma palavra de protesto, um grito da cidadania ultrajada. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 1197/03 - SUBSTITUTIVO N.º 01, que institui o Prêmio Dilamar Machado em homenagem aos jornalistas que se destacarem na cobertura do carnaval de Porto Alegre e ao melhor presidente de Escola de Samba de cada grupo, ao PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 021/03, com Emenda n.º 01, ambos de autoria do Ver. João Bosco Vaz.

 

PROC. 3341/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 175/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que dispõe sobre a criação, estruturação e funcionamento do Conselho Municipal de Desenvolvimento - COMUDE.

 

PROC. 3500/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 183/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que estabelece critérios e fornece orientação técnica contendo padrões referenciais da qualidade do ar interior em ambientes de uso público e coletivo, climatizados artificialmente, no Município de Porto Alegre. 

 

PROC. 3554/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 187/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre a inscrição de mensagens educativas, relativas ao trânsito de bicicletas, nos veículos da frota de transporte público de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 3756/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 242/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Gen. Ramão Menna Barreto um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Três Figueiras. Com Emenda n.º 01. 

 

PROC. 3661/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 204/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que autoriza a ampliação do número de equipes de saúde bucal no Programa de Saúde da Família, no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 3971/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 229/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que institui o Dia do Líder Comunitário no Município de Porto Alegre.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. 3188/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 014/03, de autoria do Ver. Valdir Caetano, que acrescenta o inciso XXI e o § 12 ao art. 70 e altera a redação da alínea a do inciso I do art. 72 da Lei Complementar n.º 07, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.

 

PROC. 3320/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 172/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que cria o Conselho Municipal da Juventude e dá outras providências.

 

PROC. 3693/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 066/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Jornalista Cláudio José Silveira Brito. 

 

PROC. 3896/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 070/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que institui a Semana da Acessibilidade na Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 3980/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 036/03, que declara de utilidade pública a Entidade “Associação Educacional Vinícius de Moraes - AEVM”.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 0088/01 - SUBSTITUTIVO N.º 02, que isenta os desempregados de pagar as tarifas de transporte coletivo por ônibus, no Município de Porto Alegre, no 1.º dia útil de cada semana, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 004/01, ambos de autoria do Ver. Raul Carrion.  Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. 3214/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 169/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a oficialização do Festival Choref de Música e Dança do Folclore Judaico, promovido pela Fundação Israelita Brasileira de Arte e Cultura Kadima.

 

PROC. 3363/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 179/03, de autoria do Ver. Carlos Pestana, que regulamenta a instalação das vias de transporte de massa no Município.

 

PROC. 3449/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 182/03, de autoria do Ver. Beto Moesch, que dispõe sobre o funcionamento das casas de jogos por computador e dá outras providências. 

 

PROC. 3590/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 195/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a obrigatoriedade, no Município de Porto Alegre, de os hotéis criarem e manterem ficha de identificação de crianças que se hospedem no estabelecimento.

 

PROC. 3797/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 216/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que autoriza o Executivo Municipal a realizar consulta popular para decidir a localização ideal da Estátua do Laçador, símbolo da Capital gaúcha.

 

PROC. 3831/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 222/03, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que torna obrigatória a afixação de placa ou cartaz com advertência sobre exploração sexual de criança e adolescente nos estabelecimentos que menciona.

 

PROC. 3843/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 225/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que proíbe a divulgação da venda de produtos falsificados, pirateados ou contrabandeados nos meios de comunicação. 

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, são inúmeros os processos em discussão de Pauta, quero me referir aos Projetos de minha autoria; tenho três Projetos em primeira discussão de Pauta. O primeiro é referente à necessidade de construção de critérios técnicos relativos aos prédios públicos coletivos que são climatizados artificialmente no Município de Porto Alegre. Hoje, com relação ao tema ambiental, se discute como uma das questões importantes nas áreas urbanas, a dos edifícios. A vida profissional nos impõe a necessidade de convivermos, muitas vezes, num ambiente de trabalho em edifícios com climatizações centralizadas. O mesmo acontece quando vamos a um shopping ou quando vamos ao cinema. É uma doença que, inclusive, se reporta - o seu diagnóstico preliminar, a sua identificação - a uma convenção ocorrida nos Estados Unidos, há muitos anos, onde todos os membros da convenção de uma empresa adoeceram.

Recordo-me que o Brasil perdeu o Ministro das Comunicações do Governo Fernando Henrique Cardoso e o diagnóstico da doença foi referente a uma bactéria existente nos condicionadores de ar. Essas realidades dos prédios, que os técnicos da área chamam de prédios doentes, referem-se exatamente àqueles prédios por onde passam muitas pessoas e que têm uma climatização geral cujos condicionadores de ar central - são aparelhos enormes - aglutinam sujeira e bactérias. Essa realidade não tem, no nosso Município, uma legislação capaz de garantir a limpeza desses equipamentos ou que propiciem um ar saudável aos porto-alegrenses que freqüentam os cinemas, por exemplo, os shopping ou os grandes edifícios climatizados.

Então, a nossa proposta é estabelecer critérios técnicos com base numa legislação federal existente, inclusive com parâmetros internacionais, que venham a garantir a qualidade do ar nesses edifícios. É uma medida de saúde pública que se refere a uma questão urbana, discutida já em outros Municípios, em outros Estados e que necessita ser imediatamente regulamentada na nossa Cidade.

O segundo Projeto também se refere à área da saúde, o qual se originou de uma Tribuna Popular em que o Sindicato dos Odontólogos trouxe a esta Casa a necessidade, a urgência da ampliação no nosso Município, das equipes de saúde bucal dentro das equipes de saúde de família. Quero apenas dizer, para concluir, que a questão da saúde bucal, tratada no âmbito da saúde da família, se constitui num elemento fundamental para a democratização das ações de saúde na comunidade, considerando que a quase totalidade da nossa população não tem recursos necessários e suficientes para um atendimento preventivo da saúde bucal no nosso País.

São dois Projetos referentes à área da saúde, são prioritários do ponto de vista da garantia da saúde da nossa população e teremos outras oportunidades, portanto, para discuti-los; e esperamos aprová-los ainda neste ano.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acabo de destacar na Pauta um Projeto que, na realidade, traz um tema muito polêmico para a Câmara de Vereadores; um tema caro e polêmico, que é a criação dos conselhos do COMUDE – Conselho Municipal do Desenvolvimento.

Por que é que acho que é um tema caro para a Câmara de Vereadores? Porque acho que o Poder Legislativo Municipal tem o papel de fazer um debate, de ser o Poder que trabalha, que constrói a harmonia na representação das mais diferentes ideologias, pensamentos, visões da Cidade; aqui, pode-se dizer, está 100% da representação política da Cidade.

O Poder Executivo é eleito por uma parcela, depois, dentro da concepção republicana, trabalha para o todo, trabalha para todos os cidadãos da Cidade, mas é eleito por uma parcela, por uma parcela que lhe confere a maioria, e acho que a proposta que a Lei Orgânica Municipal oferece ao Município de Porto Alegre, de regulamentar, de regularizar a participação popular, por intermédio da manifestação, por intermédio da opção política e ideológica da Prefeitura, é que é a mais correta. Por quê? Porque nós estamos tratando de participação popular, não de participação popular para acompanhar o trabalho legislativo. Nós estamos falando de participação popular para acompanhar, deliberar e decidir sobre as ações do Executivo. Portanto, a opção ideológica, a opção política de cada Prefeito eleito deve ser respeitada, e se a Prefeitura de Porto Alegre, durante 15 anos teve, por maioria da representação do povo que votou, a escolha de uma Administração Popular que faz, que organiza o Orçamento da Cidade e as prioridades da Cidade, a partir da construção, lá no seio da comunidade, isso é uma decisão, é uma opção política desta Prefeitura.

Um outro partido político que pensa de outra forma, de como deve ser a participação popular, deve concorrer à Prefeitura de Porto Alegre, deve eleger-se Prefeito e, aí sim, dizer: “Não, nós não entendemos que o cidadão, de forma direta, deve decidir sobre as prioridades”. É demagogia dizer: “Não, vamos criar uma lei para regulamentar como é que o povo participa”. Não, a Lei Orgânica já disse que o Poder Executivo deve construir a forma de participação do cidadão para as decisões sobre o Poder Executivo. O Poder Executivo que está em Porto Alegre, há 15 anos, a Frente Popular, tem uma decisão sobre isso. Qual a decisão? Não trazer para a Lei, porque na Lei já consta, na Lei Maior do Município de Porto Alegre, Ver. Wilton Araújo, que é a Lei Orgânica. Aqui já está garantida a participação popular. É a forma de fazer a participação popular que nós estamos discutindo, e a forma que a Frente Popular quer em Porto Alegre, não é essa consulta enganativa do Governo Rigotto, é um processo de participação, lá na comunidade, lá na rua onde se formam as comissões.

Portanto, fazer isso aqui, apresentar projeto aqui para regulamentar a participação popular, amarrar, engessar, a participação popular, em nada, no meu entendimento, favorece, nem constrói no caminho do fortalecimento da democracia na cidade de Porto Alegre. A participação popular já está garantida na Lei Orgânica. O Executivo Municipal tem uma forma de fazer essa participação popular, de forma democrática, direta, em que cada cidadão tem o direito de falar, o direito de votar e de construir as suas prioridades. É assim que nós achamos que tem de ser. Buenas, para isso nós fomos eleitos, a Frente Popular foi eleita. Se outro Partido pensa diferente, de forma democrática, tem de ir para a eleição e apresentar uma nova proposta. Buenas, e aí nós vamos ver, porque é isso que estamos vendo no Governo do Estado agora, por intermédio da consulta enganativa.

Então, vamos esclarecer bem esse debate, para ver que visão de democracia nós estamos construindo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, discuto o Projeto de autoria do Ver. Sebastião Melo, que pretende obrigar a adoção de ficha de identificação de crianças até 12 anos nos hotéis, albergues e pensões do Município de Porto Alegre. De acordo com o Projeto, essa ficha deve ser arquivada por 5 anos, eis aí um Projeto com o qual temos concordância, Vereador. Penso que o seu Projeto é muito importante e estabelece uma sintonia com essa preocupação que temos hoje no Brasil, mesmo em outros tempos, mas principalmente, a partir do estabelecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, e eu acredito que hoje é uma preocupação mundial, porque na esteira da violência geral que o mundo enfrenta hoje, especialmente os países do Terceiro Mundo, aqueles segmentos sociais mais fragilizados, como idosos, crianças e os adolescentes, são os que mais sofrem. É por isso que o Estatuto da Criança e do Adolescente adotado no Brasil foi muito feliz ao priorizar a doutrina da proteção integral à criança e ao adolescente, ao enfatizar o aspecto protetivo e educativo, mesmo do adolescente, do jovem delinqüente. Nós estamos vendo hoje, no mundo inteiro, que as crianças, cada vez mais, estão sendo vítimas - devido a essa violência geral - da pedofilia, inclusive que hoje se propaga até dentro da Igreja, principalmente nos Estados Unidos, na Igreja Católica. As crianças estão sendo vítimas de seqüestro, as crianças estão sendo vítimas de tortura, está havendo o desaparecimento de crianças. Tudo isso, acredito, que não seja só porque há uma maior divulgação, por meio dos meios de comunicação, mas porque a violência geral, no mundo, tem aumentado, e as crianças, por serem o segmento mais fragilizado da sociedade, são quem mais sofrem como vítimas desse processo. O Projeto do Ver. Sebastião Melo, ao obrigar os estabelecimentos, como os hotéis, os albergues, as pensões e hospedarias, a registrar, com o preenchimento de uma ficha, toda criança que entre nesses estabelecimentos, mesmo acompanhadas pelos pais, é um Projeto que tenta prestar uma ajuda, um serviço aos órgãos policiais, quando têm de proceder a uma investigação, porque hoje, como o Vereador expôs na sua justificativa, quando se procura esses registros nesses estabelecimentos, eles não são encontrados, porque só fica o registro de quem faz a reserva. Eu acredito que o Projeto, além de ser um instrumento auxiliar da investigação policial, tem um sentido inibitório. Eu acho que ele contribui também para reduzir esse tipo de iniciativa criminosa, na medida em que para perpetuar, por exemplo, um seqüestro de crianças, será muito mais difícil agora, com um Projeto desses, utilizar-se da rede de hotéis, de albergues, etc., por causa dessa exigência.

Então, acho que o Vereador foi muito feliz na sua iniciativa. É um Projeto simples, mas que está sintonizado com essa preocupação que nós todos temos de ter com a segurança das nossas crianças. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Mesa comunica que o Ver. Elói Guimarães estará em representação externa, nesta data, para integrar a cerimônia de assinatura do Convênio entre a Fundação Cultural Piratini/TVE, Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), a ser realizada às 17h, no Parque de Exposição Assis Brasil, no Município de Esteio, no dia de hoje.

O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sra. Presidenta, Maria Celeste, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras que nos assistem pela televisão e aqui nesta Casa Legislativa, retorno, pela terceira vez nesta tarde, para dar continuidade ao um assunto relativo ao PLL n.º 225/03, que se encontra em terceira e última Sessão de Pauta, Projeto apresentado por este Vereador para a análise desta Casa, que proíbe a divulgação da venda de produtos falsificados, pirateados ou contrabandeado nos meios de comunicação, por exemplo, nos classificados, etc.

Quero trazer à mente, para que os senhores que nos escutam e também os que nos assistem nas suas residências possam fazer um julgamento, porque, em princípio, parece que é um tanto descabida a proposta deste Projeto, e aparentemente alguém pode pensar: isso não faz sentido, não tem nada a ver. Então, eu gostaria de, juntamente com os senhores, levar para o raciocínio e ver se tem lógica a preocupação deste Vereador.

Nossa Cidade, e as demais cidades e capitais do Brasil estão se transformando em verdadeiras feiras. São verdadeiros feirões, se assim se puder chamar. Em calçadas, avenidas, principais ruas de todas as principais capitais e cidades médias e pequenas do Estado e do País, o comércio legal está-se transformando em comércio ilegal. O que isso tem a ver com drogas, prostituição, etc? Este Vereador chegou à conclusão de que nós vamos chegar a um blecaute total no mercado nacional e internacional.

O jornal O Sul de hoje fala que, ao contrário das previsões, vão ser derramados no mercado financeiro, pelos meios legais, 51,6 bilhões de reais que vão aquecer o comércio e a indústria até o final do ano. Outro dia, saiu na Zero Hora o Presidente da República, dizendo que nós teríamos 47 bilhões de reais no mercado nacional. A pergunta é: de que adianta entrarem 31 bilhões, 50 bilhões, 100 bilhões se o dinheiro vai “entrando para o ralo”, ou seja, cai no mercado informal?

Se os senhores perguntassem, há um tempo atrás, sobre o mercado formal, informal, pirataria, sobre tudo o que está acontecendo, eu não teria o julgamento claro, preciso que hoje tenho. Ainda é pequeno, é verdade, mas estou procurando, cada vez mais, conhecer o que vai por trás de tudo isso. Cheguei à conclusão de que, se eu quero, de fato, ser um parlamentar honesto e sincero, se eu quero trazer, de fato, propostas que possam ser, de fato, cumpridas, não basta eu entender a questão da falsificação, da pirataria, do contrabando; eu tenho de estar engajado no processo do combate.

Eu entrei com um Projeto de Lei que proíbe a propaganda de material pirateado, porque pensando comigo e diante de discursos, seminários e palestras de que tenho participado, percebo que a classe empresarial vem sofrendo com tributos e mais tributos, que a tornam cada vez mais asfixiada; que o mercado cada vez mais está gangrenando, entrando em um estado de septicemia, de uma infecção econômica generalizada. E, aí, o indivíduo tem duas saídas: ou ele vai para a sonegação ou ele vai para a falência. Muitas vezes, para não ir para a falência e não cair para o grupo dos miseráveis, o indivíduo é tentado, quem sabe, a cair na sonegação. Isso não é bom para todos nós, porque cada empresa que fecha é emprego a menos, é menos arrecadação. Agora eu pergunto, para que nós possamos colocar a mão na consciência: quando eu estou contribuindo para a divulgação de um material pirateado, ou seja, um material roubado: eu estou sendo honesto? Ninguém vai me convencer...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado nobre Vereador.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, eu solicito o período de Liderança. Já conversei com o meu Líder da Bancada, e ele aceitou.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há dúvida, a palavra de V. Exa. é lei.

O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Muito obrigado. Agradeço também ao Ver. Cassiá Carpes, nosso Líder da Bancada, que me cede o seu tempo de Liderança.

Dando continuidade a esse raciocínio, eu fico pensando: um veículo de comunicação que é idôneo e cede as suas páginas, as suas colunas para divulgar, seja por jornal, seja por rádio, televisão, o material pirateado, ele está contribuindo com um roubo; de certa forma, está sendo conivente com a situação.

Aí vem a pergunta: mas o jornal tem como detectar? Existe, nos meios de comunicação, a assessoria jurídica, e é ela que tem que detectar. Nós temos colunas nos meios de comunicação, em vários jornais. Por elas, uma criança ou adolescente, ao olhar, sabe que é um material pirateado, pela maneira como ele é apresentado: o fornecedor coloca o seu telefone celular, não põe um telefone fixo, não põe um endereço. Como é que eu, sendo um parlamentar, posso contemplar de camarote, vendo uma economia que está estrangulada, vendo que o nosso mercado está se tornando, cada vez mais, um Paraguai? Por trás de todo esse mercado informal - hoje sei, mais do que nunca -, existem máfias, que estão envolvidas com drogas, com prostituição, com violência. Os senhores querem ver uma coisa? Tudo isso está interligado, existem canais comunicantes, no submundo do estado paralelo e clandestino, essa é a realidade. Esses canais comunicantes se interligam no submundo, eles se interligam na prostituição, na violência, nas drogas, e assim por diante. Os jornais de hoje trazem aqui, por exemplo, alguns casos de assaltos em Porto Alegre. (Lê.) “Quadrilha ataca transportadora e rouba caminhões de mercadorias. Os ladrões obrigaram funcionários a carregar mercadorias, especialmente baterias, peças de carros...” E trancafiaram os funcionários.

Esse funcionário pode ser um parente seu, um parente meu, alguém que você ama. É um cidadão, é um contribuinte que trabalha honestamente. E ele é rendido por ladrões! Esses grupos estão interligados; são grupos criminosos. E nós não podemos permitir que material roubado, material pirateado seja anunciado livremente. Em alguns Estados do Brasil está havendo acordo para que isso não aconteça. Porto Alegre tem sido exemplo em muitas coisas para o Brasil. Por que não darmos exemplo nesse sentido?

Eu acredito que essa causa está acima de questões político-partidárias, de cor de bandeira; essa é uma causa sobre que todos nós, os 33 Vereadores, independente de Partido, devemos trabalhar, porque se nós queremos mais educação, mais saúde, mais segurança, esse dinheiro tem de vir de algum lugar. E não vem das calçadas, do material que vem do Paraguai, do material que vem de cargas roubadas de caminhões, que depois, é derramado de novo no mercado, fazendo com que o fabricante tenha de disputar com o seu próprio material. Ele vende com um preço, mas o seu produto vem de volta derramado. E, às vezes, não é um material pirateado, muitas vezes, é um material legítimo, mas ele vem sonegado, ele vem de cargas roubadas, ele veio pelos descaminhos da ilegalidade.

Os nossos comerciantes, os nossos empresários estão sofrendo muito por esse aspecto. Eu acho que nós, Parlamentares, poderíamos dar um exemplo para o Brasil, para o Estado do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, uma cidade que combate a falsificação, a pirataria, a ilegalidade.

Particularmente, hoje, não sou mais a favor, já fui; eu, quando via uma pessoa vendendo um produto, dizia: “Coitadinho, está desempregado, quem sabe até vamos comprar alguma coisa para ajudar o indivíduo!” Mas fazendo isso, estamos contribuindo para o aumento das classes miseráveis, da massa pobre. Não podemos pensar assim! Essas pessoas têm de estar empregadas, e, à medida que o mercado vai se tornando informal, as empresas vão quebrando, pois os empresários têm de gastar com o pagamento de 13º salário, Fundo de Garantia, luz e todos os seus tributos, enquanto há pessoas vendendo os seus produtos, falsificados, contrabandeados, pirateados na calçada na frente da sua empresa. Isso não é certo! Isso não é justo! Por isso hoje, quando este Projeto está em terceira e última Sessão de Pauta, espero que os senhores, ao julgarem o seu mérito, possam nos ajudar, quem sabe até com alguma Emenda, dando alguma sugestão ou uma contribuição, para que tenhamos uma sociedade e uma economia mais justa, mais equilibrada. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, são muitos os Projetos em Pauta. Eu quero destacar dois, para adendar algumas questões. Um dos Projetos, da nossa autoria, foi aqui discutido brilhantemente pelo Ver. Zé Valdir. É, na verdade, um Projeto singelo, mas ele contribui, na nossa avaliação, muito com a discussão recorrente sobre as crianças e os adolescentes. Nós temos presenciado, Ver. Elias, em várias Capitais brasileiras, seqüestros de crianças. Onde é que a Polícia, em primeiro lugar, vai procurar? Nos hotéis, nos albergues. O nosso Projeto determina que fique arquivada por cinco anos essa ficha, não do pai, da mãe, do tio, mas da própria criança. Isso passará a ser obrigatório se este Projeto for aprovado em Porto Alegre.

Então, eu diria que é um Projeto singelo, mas que contribui...

 

O Sr. Renato Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, eu participei, há um ano, de um congresso nacional na área do Direito da Criança e do Adolescente, e na lista de vários Projetos orientados aos legisladores estava esse Projeto, porque, na realidade, Vossa Excelência criou toda uma rede de proteção e de vigilância sobre a questão da exploração da criança e do adolescente. Entre esses projetos estava esse que faz com que os estabelecimentos tenham um controle e uma fiscalização maior sobre crianças e adolescentes que se alojam.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Renato Guimarães. Portanto, na verdade, é isso: nós queremos fortificar essa rede de proteção das crianças, Ver. Wilton Araújo.

Mas eu também não fujo da discussão, como diria o Ver. Elói Guimarães, da lavra do Ver. Cláudio Sebenelo, sobre o Projeto que tenta regulamentar os COMUDES em Porto Alegre. Eu acho que, nesse início de discussão, Ver.ª Margarete Moraes, ninguém é dono da verdade. A participação popular é uma conquista da sociedade, e vem evoluindo ao longo do tempo. A Constituição cidadã de 88 estabeleceu vários paradigmas que acabaram-se reproduzindo nos Estados, nas Leis Orgânicas, como no caso de Porto Alegre. A nossa Lei Orgânica foi fruto de uma discussão ampla com a sociedade. O Governo de Vossa Excelência tem uma experiência em Porto Alegre e nós a respeitamos. Agora, eu acho, Ver. Renato Guimarães, que Vossa Excelência equivoca-se quando não reconhece outras formas de participação popular. Eu poderia pegar, por exemplo, na sua região, na Vila Brasília, onde estive neste final de semana, aqueles becos, aquelas vielas foram aprovadas em 1992 e só foi feito o asfalto, agora, em 2002, e foi inaugurado com banda de música!

Vossa Excelência é muito competente, já colocou no jornal por antecipação. Vossa Excelência é muito competente! Vossa Excelência só segue aquilo que o Ricupero ensinou violentamente: só divulga o que é bom e sonega o que não é bom para Porto Alegre. O Governo de Vossa Excelência fez curso de pós-graduação nisso na Sorbonne! Então, eu poderia dizer que é um “movimento de participação enganativa”, porque os bequinhos da Vila Brasília ficaram 10 anos engavetados! Aliás, nem luz tem, estão trabalhando com a CEEE para ver se vão colocar luz, correto?

Então, por favor, vamos fazer essa discussão de forma madura. Nós reconhecemos, o Governo de Vossa Excelência, legitimamente eleito pelo povo de Porto Alegre, que, na nossa avaliação, esgotou esse modelo. No ano que vem é outro jogo e, evidentemente, os senhores não vão continuar no Governo, tenho absoluta certeza disso; mas, até lá, os senhores vão continuar com o Orçamento Participativo nos moldes que estão aí e nós reconhecemos.

Agora, querer desqualificar um processo que é por lei, que faz o Conselho Municipal, que tem o COREDE, que tem a consulta popular, não fica bem para um homem com a sua trajetória, de quem foi Conselheiro do Orçamento Participativo, de que tem toda uma história de luta popular, não fica bem! Vossa Excelência, quando coloca dessa maneira, parece que está num fundamentalismo equivocado de que só o Governo de Vossa Excelência faz participação popular. Eu poderia enveredar, por exemplo, em que a participação popular do Governo Federal, hoje, é consultar banqueiros e financiadores de campanha. Essa tem sido a orientação do Governo Lula. De vez em quando ele come um galetinho no ABC Paulista, galetinho da Sadia, de vez em quando ele come lá com os operários; mas, na verdade, ele governa com a catedral do capitalismo! Muito obrigado, Sr. Presidente, pelo excesso de tempo.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu chamaria a atenção dos Vereadores que o orador na tribuna sempre merece respeito.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, em nome da Bancada do Partido Progressista, gostaríamos de cumprimentar os professores de Educação Física pelo seu dia. Meus parabéns!

Em segundo lugar, gostaria de tocar num assunto que vem me preocupando há muito tempo: o problema social em Porto Alegre. Todos os Partidos dizem ter sensibilidade social, só que essa assertiva, como afirmou o Ver. João Bosco Vaz, não é verdade; não se confirma na prática. E, em 14 ou 15 anos da Administração, dita Popular, não cuida do popular, não cuida ou pouco cuida da assistência social em Porto Alegre.

Nós vimos hoje, por exemplo, num jornal: (Lê.) “Creche precisa de ajuda para as crianças”. (Exibe o jornal.) Todas as creches têm precisado de ajuda. Todas as creches!

Estou aqui na companhia da Dona Eugenie Maranghello, que trabalha nas Creches Don Orioni, lá na Vila Cruzeiro, onde existem quatro creches com mais de 400 crianças atendidas, e a creche passa por dificuldades por falta de recursos financeiros.

Nós vimos neste fim de semana, no jornal Zero Hora, uma reportagem muito forte sobre as meninas mães de rua, sobre os meninos de rua, sobre drogas, sobre miséria. Pois bem, tudo isso me preocupa. Não só me preocupa, como eu tomo atitudes objetivas!

Está na Ordem do Dia um Projeto de minha autoria chamado Estímulo à Sensibilidade Social. O que prevê este Projeto, que em breve, Ver. Wilton Araújo, entrará em votação? Prevê que 50% de toda a contribuição efetuada para o Fundo Municipal de Assistência Social – repito: Fundo Municipal de Assistência Social - possa ser abatido do IPTU ou do ISSQN. Ou seja, o Fundo administrado pela Prefeitura, ficará sempre com 50% a mais. É uma geração de receita para o Fundo, para a Prefeitura atender aos reclamos sociais, que dia-a-dia se avolumam. É só andar pela Cidade, para ver os meninos nas sinaleiras, as pessoas morando embaixo das pontes, as crianças subnutridas nas creches por falta de recursos. A Prefeitura não tem recursos para atender a todos! Efetivamente é impossível! Mas o meu Projeto prevê o aumento desses fundos, o aumento de arrecadação para que a Prefeitura faça assistência social no Município.

Tristemente eu vejo que estão com um certo “pezinho atrás”. Eu estou carreando recursos para a assistência social. Eu quero ver agora dizerem: “Ah, eu sou de um Partido que defende a assistência social”, Ver. Luiz Braz, mas na prática recusa recursos. O que está acontecendo? Por quê? Recursos que poderão ajudar fortemente a sanar as dificuldades sociais por que passa Porto Alegre. Com a palavra os Srs. Vereadores, que terão, em poucos dias, a oportunidade de votar para o bem da sociedade, para o bem dos pobres, para reforçar a Assistência Social do Município. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, parece meio esquisita a fala de alguns colegas aqui nesta tribuna, quando se referem ao Governo Lula, parece se referirem a um Governo que vem atuando há dez anos. As pessoas se referem ao Governo Lula como se este governasse o País, a partir do ano de 2003, com um orçamento decidido pela sua própria vontade; em que as amarras econômicas do País fossem construídas todas dentro do próprio projeto de governo. Parece até que a análise de alguns Vereadores aqui nesta tribuna chega à aberração de ser uma análise totalmente alienada! E esse quesito seria algo incompreensível. Como um Vereador, um representante político da sociedade, chega a esta tribuna com uma condição alienada de análise sobre a conjuntura? Como um Vereador não compreende, por exemplo, que o Orçamento que o Governo Lula está executando este ano é um orçamento do Governo Fernando Henrique Cardoso? Pois quem governou no ano de 2002 foi o Presidente Fernando Henrique Cardoso. Como vem aqui e fala do Orçamento na área da Saúde, da Educação e não compreende o óbvio, o lógico? Como não compreende, por exemplo, que todos os acordos com o Fundo Monetário Internacional que estão em prática, que estão sendo executados, foram acordos da última década? Não tem um acordo, não tem um processo de construção do Governo Lula com o Fundo Monetário Internacional. Ele só pôs em prática os acordos que vinham sendo colocados. Nós, inclusive, estamos abrindo um debate, neste ano, de que a base para qualquer discussão financeira internacional tenha que ser uma base que olhe para o desenvolvimento interno nacional, que olhe para a Nação Brasileira, que olhe para as políticas. Isso nunca foi feito antes; nunca um Presidente da República antes colocou à frente de um acordo com os banqueiros a questão do desenvolvimento interno do País, a questão das políticas sociais; somos nós que estamos dizendo isso agora.

Nós tivemos uma maioria executiva na União, no País, que governou o País por oito anos e aguçou a crise, levou o País a quase apagar a luz. Apagou a luz, inclusive, houve o apagão; não conseguiu nem fazer com que as usinas hidrelétricas do País funcionassem direito, não conseguiu nem repor o maquinário das usinas; elas tiveram dificuldade até para gerar energia. Então, eu acho essa análise quase que apolítica, e Bertold Brecht, com certeza, estaria nos olhando com certo grau de estranheza, perguntando: como é que seres políticos, Vereadores de uma Capital, a capital democrática do mundo, Porto Alegre, conseguem ser apolíticos, conseguem ser alienados em avaliar o momento atual e não compreender que na realidade o Brasil - não o Governo - está saindo de um buraco, de um lamaçal em que os Governos anteriores, e centralmente o Governo Fernando Henrique Cardoso, o pôs? Acho importante expor isso para dizer o seguinte: nós estamos falando sobre o Orçamento da União de 2004, aí sim, já sob a administração do Governo Lula, o Orçamento da área social sugerido, que vai ser aprovado agora, de 42 bilhões, isso, sim, podemos afirmar que é produto do Governo Lula. Agora, o Orçamento deste ano é conseqüência do fracasso que foram os oito anos do Governo Fernando Henrique Cardoso. O Orçamento deste ano, Ver. Wilton Araújo, é conseqüência de como este País foi entregue no dia 1º de janeiro, com as dívidas todas lá escondidinhas dentro dos Ministérios, com a condição... Isso, Ver. Sebastião Melo, é importante: quase ninguém falou que o Governo Fernando Henrique Cardoso, no último semestre, deixou de lado o pagamento das principais empresas prestadoras de serviço neste País.

Para concluir, então, é para isso que eu chamo atenção dos meus pares, que não caiamos aqui no erro de avaliar a conjuntura e a situação política sem reconhecer que há passado, presente e futuro. Isso é muito bom para a política.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Pois esta Casa, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, viu, há poucos minutos, e gargalhou com a grande piada, o grande chiste do inteligente Ver. Renato Guimarães. Quem renegou a sua própria ideologia antes de o galo cantar três vezes foi o Partido dos Trabalhadores. Não foi o Partido. Sabem quem foi? Foi o Presidente Lula. Sabem o que ele disse? Que não confundam a trajetória dele com a esquerda, que ele não é um homem de esquerda, e ficou ofendido quando o chamaram de esquerda. Por enquanto, Vereador, a culpa é do Fernando Henrique Cardoso; o Orçamento é dele e tudo mais. Esse corte agora de 14% no Orçamento da Saúde é do Fernando Henrique Cardoso, que não está mais, porque o Fernando Henrique Cardoso tem uma diferença em relação ao Lula. A conferência dele custa 100 mil dólares. É um pouco mais acima. Ora, todo mundo sabe que o Governo do Presidente Lula, desgraçadamente, capitulou frente ao FMI, se entregou ao FMI, faz exatamente o receituário do FMI. É um Governo de exportação, ele é agroexportador, como éramos na época do café, tanto que hoje a balança comercial deste mês nunca teve a positividade de mais de 2 bilhões de dólares. Como os indicadores mostram o dólar a 2 reais e 89 centavos, e a inflação está caindo, enquanto isso a população enfrenta uma recessão brutal, a nossa indústria e o nosso comércio estão absolutamente estagnados. Eu proponho a vocês que nos dias de mais movimento - sexta, sábado e domingo - cheguem em qualquer Shopping Center para ver que estão vazios, e principalmente não parece que faz seis meses, parece que faz seis anos, porque o andor começa a ficar carregado, porque os beijos e abraços se esgotam, o encanto daquela figura que não sabe falar direito, que fala meio arrevesado, que fere a língua materna com a sua falta de polimento intelectual, é muito bonito agora, isso é interessante, mas, quando chegar a hora de ter que tomar as atitudes que a população está a exigir, aí faz muita falta uma pessoa com formação e que seja o intérprete das dificuldades que é ser governo. Isso nós reconhecemos, e ninguém está avaliando o Governo Lula em definitivo, porque são seis meses recentes, sete meses, oito meses, mas lá dá para botar a culpa ainda no Fernando Henrique Cardoso; aqui não dá mais. Aqui são dezesseis anos que ninguém mais agüenta, em que o discurso terminou, mas muito pior que o desgaste do discurso, Ver. Luiz Braz, é, indiscutivelmente, a formação por parte da sociedade de anticorpos antiPT; não contra a ideologia do PT, isso é o antipetismo. Não! Mas os anticorpos são antiadministrativos, por uma administração que não disse a que veio, que esgotou o seu discurso e que tem o seu calcanhar-de-aquiles, nesses dezesseis anos, exatamente no social, onde se vê um processo insuportável de favelização da cidade, onde se vê uma falta de pré-escola e de educação, um dos piores índices do Brasil, Ver. Wilton Araújo, na cidade de Porto Alegre, que tem a fama de ser democrática de ser a capital da democracia do Orçamento Participativo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, nobre Vereador.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Um dia, certamente, a história vai provar quem é que tinha razão, especialmente no ano que vem.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o tema que vamos abordar hoje já começamos a fazê-lo há duas semanas. Eu quero, durante muitas e muitas falas desta tribuna, ocupar-me desse assunto, que é uma preocupação constante: a cada ano que passa, ingressam na Universidade Federal do Rio Grande do Sul um número menor de alunos oriundos das escolas públicas.

Em 1998, 44% dos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul eram egressos de escolas públicas. Em 2002, foi feita uma nova pesquisa, e constataram que 39,8% dos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul são oriundos das escolas públicas. Então, poderiam dizer: “É um contingente enorme 44%, 40%”. Não é! Vamos verificar, então, quantas escolas públicas e particulares existem. Eu não tenho esse dado - estou pesquisando -, mas acredito que deva ser em torno de 15 a 20 alunos de escola pública para um da escola particular. E aí eu pergunto: neste universo, o que acontece? Para cada 100 alunos que entram na escola pública, três, quatro conseguem chegar na Universidade Federal; para cada 100 alunos de escola particular, 40, 45, quase 50 chegam na Universidade. Então, é algo insustentável.

Faço, então, algumas reflexões: primeiro, nós temos de analisar, de maneira séria e concreta, o que está ocorrendo com o nosso ensino público. Falta motivação para os docentes? Falta. Falta poder de investimento nos salários dos professores? Falta. Mas nós temos de ver o que é que está ocorrendo e de que forma esses conteúdos não conseguem chegar. E é por isso que, no ano passado, manifestei-me de forma crítica - fui combatido pelos meus companheiros -, quando foi fechada a Escola Tiradentes da Brigada Militar.

E nós questionamos: a Escola Tiradentes da Brigada Militar é uma escola pública, e por que, daquela escola pública, muitos conseguem ingressar na universidade? Então, lá há alguma coisa diferenciada. O Coronel Pedro Américo olha-me e deve pensar: “Bom, a hierarquia e a disciplina são o princípio do militarismo”. Há a escola da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Colégio Aplicação, que também é uma escola-modelo; grande parte dos alunos oriundos dessa escola consegue ingressar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Então, nós temos de buscar esses modelos e ver de que forma nós podemos passar um ensino sério, de qualidade para as outras quase 4 mil escolas do nosso Estado do Rio Grande do Sul, porque, senão, é um sistema cruel, pois esses alunos não têm chance de ingressar numa universidade federal, e vão, mais uma vez, reforçar as escolas particulares com dificuldade. Então, o que é que ocorre? Hoje, é muito fácil qualquer cidadão que termina o ensino médio ingressar numa universidade.

Agora, poderemos pensar: por que é que eles não permanecem nas universidades? Porque não têm dinheiro para pagar!

Então, nós vamos ocupar várias vezes a tribuna para discutir o que é que está ocorrendo com o ensino público não só na nossa Cidade, no nosso Estado, mas, de uma maneira geral, no nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras e todos os que nos assistem aqui ou nas suas casas. Queremos também fazer nossa as homenagens aos professores de Educação Física, que hoje comemoram o seu dia, inclusive, quando foi aproveitado o ensejo para a abertura da inauguração da Exposição Comemorativa aos 40 anos da Universíade, que, pessoalmente, Ver. Wilton Araújo, tive a oportunidade de acompanhar, assistir e torcer, ainda que fosse gurizote, mas já acompanhei aquele importante evento. Parabenizamos o Ver. Carlos Alberto Garcia pelo seu empenho em relembrar essa ocasião.

Queremos desta tribuna dizer da importância do curso realizado pela União das Associações de Moradores de Porto Alegre, em dois finais de semana, concluído no dia de ontem, durante a tarde, no qual cento e tantas lideranças debateram sobre questões comunitárias, questões da nossa Cidade, em que tivemos a honra de ser um dos palestrantes, o que certamente irá contribuir para a luta popular na nossa Capital.

Quero, ainda, trazer algo que a imprensa, Ver. Pedro Américo Leal, está tratando com um certo destaque, que é sobre o trágico acidente na base de Alcântara, no Maranhão, um dos espaços mais importantes para o lançamento de foguetes em todo o mundo, lançamento de satélites, e o Brasil é um dos poucos países que está ingressando nesse seleto clube de países capazes de lançar foguetes. Hoje existem apenas oito países: Estados Unidos, Israel, Japão, Rússia, França, China, Índia e Ucrânia e o Brasil está ingressando. As notícias dizem das graves suspeitas e indícios de que houve sabotagem na explosão do nosso foguete, vitimando vinte e tantos cientistas brasileiros. Os órgãos de segurança que estão vasculhando a cidade de Alcântara constataram a presença, naqueles dias, de grande número de estrangeiros de forma suspeita nos hotéis de Alcântara, diversos deles norte-americanos. Especialistas começam a indicar a grande possibilidade de que tenham sido agentes externos que agiram interessados em impedir que o Brasil adentre nesse seleto grupo de Países. A revista Isto É desta semana dá importantes informações nesse sentido. Mais ainda é importante dizer que, nessa semana, a Câmara Federal havia aprovado o tratado de cooperação tecnológica Brasil/Ucrânia, no qual a Ucrânia se propunha à transferência de tecnologia para o Brasil em condições completamente diferentes da que os Estados Unidos estavam nos impondo. Então, são importantes alguns indícios: o Brasil rompe aquele acordo com os Estados Unidos, faz o acordo com a Ucrânia e ocorre um grave acidente desse tipo. Evidentemente ainda não há provas, mas há sérias suspeitas.

Quero, por fim, fazer referência à importante comunicação do Governo Lula no sentido do encaminhamento e do apoio à redução da jornada de trabalho, no Brasil, para quarenta horas. É algo que, de certa forma, a oposição não referiu aqui, talvez por considerar algo menor. Acho, Ver. Wilton Araújo, que está com razão o ex-Presidente Fernando Henrique, quando diz que o PSDB está com “fadiga de materiais”. O nosso prezado amigo, Ver. Cláudio Sebenelo, falou, citou uma série de questões, mas não fez referência a uma coisa tão importante, Ver. Cláudio Sebenelo, como a redução da jornada de trabalho, que pode criar até 3,5 milhões de empregos no Brasil. Quero...

 

(Som cortado conforme determinação da presidência dos trabalhos.)

 

...Fernando Henrique, concluo, que há uma “fadiga de materiais” no PSDB, principalmente na oposição, que precisa se reciclar para estar atenta às coisas... (Som cortado conforme determinação da presidência dos trabalhos.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2945/01 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 194/01, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e José Fortunati, que institui distância mínima nas pavimentações dos logradouros do Município de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CUTHAB. Relator Ver. Zé Valdir: pela manutenção do Veto Total;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Goulart: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CCJ, nos termos do art. 54, § 1.º, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 30.08 – sábado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 194/01, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, Presidente desta Casa, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhores e senhoras, o que me leva a votar contrário ao Veto aposto a este Projeto, de autoria do Ver. Beto Moesch e do ex-Vereador José Fortunati, é pelo menos uma das razões alegadas pelo Sr. Prefeito Municipal.

Ouçam só, Vossas Excelências, o que escreve o Chefe do Executivo. Ver. Sebastião Melo, Vossa Excelência que é um dos mais ilustrados advogados aqui deste Plenário, agora como representante da sociedade, atuando como Vereador. Ele escreve assim: (Lê.) “A matéria tratada no presente Projeto de Lei do Legislativo é de competência do Chefe do Poder Executivo, art. 60, inc. II, alínea d, e art. 82, Inc. II, III e VI da Constituição Estadual.” Ora, parece que nós não temos mais Lei Orgânica do Município. Existem na Lei Orgânica do Município, no art. 94, exatamente todas as prerrogativas do Chefe do Poder Municipal, e qualquer veto aposto a Projeto de Lei do Município deve tomar como base, primeiramente, a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Ver. Sebastião Melo, já existe, inclusive, no Supremo Tribunal Federal, uma decisão que fulmina esse tipo de interpretação para se apor vetos a Projetos de Lei. Nós não podemos aceitar vetos que são embasados – vetos aqui no Município –, simplesmente, primeiramente, na Constituição do Estado. Primeiramente o embasamento deve ser na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, a qual nem mesmo é citada nas razões de veto do Sr. Prefeito Municipal. Então é claro que, para que nós possamos estudar se existe razão ou não para o Sr. Prefeito Municipal vetar esse Projeto de Lei, eu não posso mais aqui analisar, pura e simplesmente, o Projeto de Lei. Eu tenho de analisar, agora, exatamente as razões do Veto. E, nas razões do Veto, quem orientou o Sr. Prefeito Municipal, porque, é claro, a gente sabe, existem as assessorias, e as assessorias dão as orientações para que o Chefe do Executivo coloque lá a sua assinatura, concordando com aquilo que ela escreveu, mas o assessor eu acredito que veio lá do Governo do Estado passado e acabou orientando muito mal o Sr. Prefeito Municipal, quando colocou aqui, nas razões do Veto, essa razão que toma como base a Constituição Estadual, mas esquece de elencar os motivos da Lei Orgânica do Município, que é a nossa Constituição aqui do Município. É claro que se nós não tivéssemos uma Lei Orgânica, se nós não tivéssemos um referencial, se não estivesse escrito na Lei Orgânica do Município qual a competência do Prefeito Municipal, nós poderíamos, é claro, aceitar essas razões que estão escritas aqui e que têm como base apenas a Constituição do Estado. A Constituição do Estado dá base para as ações do Governador, porque ela foi escrita, exatamente, para embasar as ações do Governador! Mas aqui não se tratam de ações do Governador, quem vetou o Projeto do Ver. Beto Moesch foi o Prefeito Municipal de Porto Alegre. Quem vetou o seu Projeto, Ver. Beto Moesch, não foi o Governador do Estado. Então, as razões do Veto aqui tinham de estar calcadas na Lei Orgânica e não assim.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, por favor, nobre Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Para concluir, Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel se inscreve e cede o seu tempo a V. Ex.ª para discutir o PLL n.º 194/01, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Carlos Nedel, eu agradeço a V. Exa., porque eu acredito que, quando a gente está aqui na tribuna discutindo um assunto tão sério como este, um segundo a mais que nós tomemos do tempo - para uma Câmara como esta, que não está discutindo nada ultimamente - eu acho que realmente não vai contra os princípios do Parlamento, no sentido de nós permanecermos aqui mais 30 segundos, como eu queria. Eu queria apenas encerrar o meu pronunciamento. Mas, exatamente, quando tocou o sinal, eu fui interceptado pela vontade do Presidente, no sentido de sair daqui da tribuna correndo, sem poder, inclusive, ter tempo de dizer aquilo que pensa a Bancada, ou aquilo que deveria ser o comportamento desta Casa, quando se verifica, quando se averigua um Veto como este. (Lê.) “Quanto às razões de interesse público local, julgo o presente Projeto inconveniente”. Mas, olhem, sabem do que trata o Projeto do Ver. Beto Moesch e do então Ver. José Fortunati? Trata do mais puro interesse público, porque, afinal de contas, é ou não é do interesse público que nós possamos corrigir um problema que o PT criou aqui para o nosso Município com o excesso de asfalto em todas as regiões da Cidade? E esse excesso de asfalto acabou impedindo que a água da chuva pudesse ser filtrada naturalmente. E por isso, em algumas regiões, como é o caso do Partenon, onde temos a Av. Bento Gonçalves, que fica praticamente no fundo de uma bacia, as águas da chuva caem nas regiões mais altas e formam ali grandes alagamentos. Quem, por exemplo, não passou numa época de chuva na região da Santana para saber que ali fica uma região quase intransitável? São coisas que poderiam ser corrigidas se nós tivéssemos normas técnicas, como propõe o Ver. Beto Moesch, juntamente com o então Ver. José Fortunati. Eles propõem que exista um certo distanciamento entre o asfalto e o meio-fio. Esse distanciamento pode ser coberto com pedras irregulares ou com qualquer coisa, mas com pedras irregulares, o que propiciaria o filtramento dessa água.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Uma pequena vala; não deu dimensões a essa vala, tampouco deu a profundidade para que ela fosse construída. Ele deixou a critério da Prefeitura. Na verdade, é para propiciar um corrimento das águas que, antes de chegar à boca-de-lobo, vai ser permitido, conforme o declive ou aclive da rua... Eu achei que é trabalhoso, mas é uma ótima idéia para que as águas possam correr. Quer dizer, a Prefeitura não tem dimensões para essa pequena vala. É um pequeno córrego entre as extremidades da rua.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Os técnicos, agora, é que vão arbitrar qual será essa distância.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: Façam como quiserem, do material que desejarem.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Exatamente, Ver. Pedro Américo Leal. Então eu não vejo como isso possa ser contrário ao interesse público. Exatamente por não encontrar aqui nenhum óbice maior para que este Projeto de Lei possa se transformar em lei. Nós - pelo menos este Vereador - vamos votar contrariamente a este Veto – e o Ver. Cláudio Sebenelo, Líder da minha Bancada, já está também anunciando que votará contrariamente a este Veto – para que nós possamos realmente ter uma boa lei funcionando e regulando essa área, aqui no Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL n.º 194/01.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, este é um Projeto que busca apenas colaborar - e nada mais - com a Administração da Cidade de Porto Alegre. Se vocês forem observar, o asfaltamento da Cidade, na sua maior parte, é feito colando o asfalto ao meio-fio. O que o próprio Secretário de Obras me disse, em 2001, é que era verdade que era errado, e que ele tentava com os seus técnicos fazer de forma correta, mas não conseguia. Então, nós resolvemos, eu e o Ver. José Fortunati, colaborar e transformar em lei, que é a base da engenharia. Está aqui o advogado falando, mas foi trabalhado junto com os engenheiros. O que o Projeto quer, apenas, e nada mais, é uma distância mínima entre o asfalto e o meio-fio. Vejam, nós não colocamos a dimensão da distância, fica com o Executivo se é um centímetro, se são 10 centímetros ou se é um metro, e, o que é mais importante de tudo, eu sou levado a crer, Ver. Luiz Braz, que não entenderam o Projeto, porque nós não dissemos qual vai ser o tipo de material utilizado nem qual a distância. E aí leio, rapidamente, uma parte das razões do Veto: (Lê.) “A Administração Pública preocupada com o problema do acúmulo de águas em momentos de chuvas mais intensas tem adotado a prática de reservar uma faixa...” – vejam, é o que o Projeto está propondo – “... do pavimento em forma de canaletas para o escoamento e direcionamento de águas de chuva, quando tal técnica é recomendada por estudos técnicos e definidos para cada caso”. É o que o Projeto está dizendo! As razões do Veto estão justamente corroborando o Projeto de Lei. É isso que o Projeto de Lei diz, gente! Cadê o diálogo do Executivo? Por que não vieram conversar conosco? A Bancada do PT fez duas Emendas, votou conosco o Projeto e, aí o Sr. Prefeito faz uma razão de Veto, dizendo exatamente o que o Projeto diz, e que é bom! Mas que desrespeito com a Câmara! Por que esse desrespeito, Ver. Marcelo Danéris, do Executivo com esta Câmara?

Senhores telespectadores, nós não agüentamos mais o desrespeito do Poder Executivo com este Parlamento! Estamos tentando colaborar, mas é um Poder Executivo inflexível que não quer nada. O que vem dos outros não serve, mas as razões do Veto corroboram e sustentam o próprio Projeto de Lei. Não estão lendo o que chega no Executivo. Isso é uma vergonha, isso tem de ser denunciado à população porto-alegrense.

Desculpem, Srs. Vereadores, mas está muito difícil trabalhar nesta Cidade, com o Poder Executivo inflexível que está aí, que não quer sugestões, que “tem o rei na barriga”.

Estão aqui as próprias razões do Veto, dando sustentação ao próprio Projeto de Lei. Li um trecho das razões do Veto. Que fechem logo o Parlamento, que é o que vocês querem! Esta é a verdade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.º 194/01, com Veto Total.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Beto Moesch, nós compreendemos a sua indignação, porque V. Exa., lembro-me muito bem, discutiu esse Projeto com muita profundidade nesta Casa, e lembro-me que a Bancada do Governo inclusive colocou Emendas apostas a ele. Se não estou enganado, houve uma manifestação não-regimental numa conversa informal nesta Casa, em que o próprio Secretário de Obras, Vereador desta Casa, Ver. Guilherme Barbosa, entendeu que este Projeto é um bom Projeto. E de uma hora para outra a Prefeitura coloca o Veto. Nós achamos que é preciso, sem dúvida alguma, Ver. Beto Moesch, ter um melhor diálogo, porque esta Cidade é plural. Ganhar a eleição no voto majoritário não significa que as pessoas na sua totalidade concordem com o procedimento do Executivo, mas que num determinado momento levou a eleição para essa direção.

Eu acho que um dos grandes caminhos do Governo é ter a capacidade de dialogar com as diferenças; quando o Governo perde essa capacidade, ele se esvai. E aqui a gente vê isso, Ver. Beto Moesch, todos os dias, porque não é pelo fato de ser de oposição que os Vereadores de oposição não têm coisas boas para a Cidade, não. E o Projeto que V. Exa. traz é bom: ”Fica instituída a distância mínima entre o pavimento e o meio-fio de logradouros do Município de Porto Alegre”.

Ora, eu poderia pegar vários ângulos para discutir isso, mas eu vou pegar a questão da absorção da água. Se eu estiver errado V. Exa. me corrija. Um dos grandes problemas dos alagamentos desta Cidade é falta de investimento em infra-estrutura nessa área. O Governo é que nem alguns economistas que só têm proposta para o futuro, nunca para o imediato; em 16 anos nunca houve proposta para acabar com o alagamento da Rua Nilo Peçanha ou do 4º Distrito. Mas uma das causas do alagamento desta Cidade é esse asfaltamento desenfreado, e o Projeto que V. Exa. traz à baila tem a ver com isso, porque nesse recuo do meio-fio com o asfalto você tem esse recuo mínimo. Então nós, Ver. Beto Moesch, queremos dizer que vamos votar com Vossa Excelência. O Ver. Haroldo de Souza não está na Casa hoje, porque está doente, mas na quarta-feira vamos votar.

Eu tenho absoluta certeza de que esta Casa na sua maioria, no seu bom-senso, vai derrubar este Veto, até porque as razões deste Veto são insustentáveis, não há como sustentá-las. Não ouvi, ainda, nenhuma liderança do Governo. Talvez possam até nos convencer com outros argumentos, adendar, quem sabe, até possam devolver ao Executivo e pedirem que ele produza um outro; um adendamento ao Veto, porque este Veto aqui é muito fraquinho. Por isso queremos dizer, Sr. Presidente...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)

 

Pode-se devolver, se a lei permitir no Regimento, pode voltar e adendar-se o Veto, ou seja, complementar-se o Veto com outras razões, porque essas são muito pífias, muito diminutas.

Por isso, meu querido Presidente, queremos dizer que isso não nos surpreende, Ver. Beto Moesch. Agora, Vossa Excelência fique tranqüilo, vamos...

Em momentos difíceis, até se fechou, tentou-se fechar parlamentos, cassou, mas não fechou. Eu sei que há uma linha stalinista que não gosta de Parlamento. Eu sei que há uma linha stalinista, neste Governo, que, na verdade, tem horror ao Parlamento. Mas esta Cidade é amadurecida e grande, e esta aqui é a tribuna livre do povo de Porto Alegre, da resistência democrática e da afirmação do Estado Democrático de Direito. Então, V. Exa. fique tranqüilo de que nós não concordamos com o final da sua intervenção de que só falta fechar o Parlamento. Não! Aqui é uma luta permanente da afirmação democrática. E, por mais que haja aqueles que estão do lado do stalinismo, encostados e incrustados na Prefeitura de Porto Alegre, esta Casa sabe que Porto Alegre é plural, e que a democracia, acima de tudo, deve ser sustentada em vertentes firmes e fortes. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 194/01, com Veto Total.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Pois, das agências burocráticas do Paço Municipal, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sai mais essa pérola, essa fantástica e brilhante pérola nacarada, linda de morrer, que eu vou me dar o desplante de ler em público (Lê.): “A Administração Pública, preocupada com os problemas de acúmulo de águas em momentos de chuvas mais intensas, tem adotado a prática de reservar uma faixa do pavimento em forma de canaletas para o escoamento e direcionamento de águas de chuva, quando tal técnica é recomendada por estudos técnicos e definidos para cada caso”. Pois foi exatamente isso que foi proposto pelo Ver. Beto Moesch.

Nós que lidamos há muitos anos... O Ver. Beto Moesch, que mora muito próximo, e eu que moro na Chácara das Pedras, Vereador, V. Exa. é testemunha ocular e epidérmica daquela história de alagamentos dos bairros Três Figueiras e Chácara das Pedras. Pois o que se reclama em todas as reuniões comunitárias nesses bairros é exatamente o problema do asfaltamento retirando a capacidade de absorção de filtro das águas que, por infiltração, passam para o lençol freático. Isso fica impedido pela impermeabilização que o asfalto promove nessas ruas e, conseqüentemente, não só nas ruas; o asfalto, como também a pavimentação interna do jardim das casas. Então, o que se propõe é exatamente o contrário: a proposta do Ver. Beto Moesch está escrita no último parágrafo da declaração de Veto do Prefeito João Verle. Eu não entendi! Ao contrário, ele está reforçando a lei. Ele está dizendo que aquilo que está escrito, ele apregoa fazer na Prefeitura. Mas por que a razão do Veto, então? Por vício de origem? O Projeto tem algum defeito? Não. Este Projeto resolve os problemas que nos afligem há tanto tempo, tendo como uma das causas maiores a questão da impermeabilização do solo urbano.

Eu gostaria de não ter limitações verbais e dizer algumas coisas que estou pensando, porque realmente fica muito difícil raciocinar, fazer política nesses termos. Porque isso aqui não foi um Veto, isso aqui foi: se foi você que fez isso, não vale nada então. E se não foi você foi o cordeiro do seu pai, e nós vamos vetar sempre. Entendem? Isso já se dizia nas fábulas de Esopo - do lobo e do cordeiro. Agora vem essa preciosidade, essa pérola de brilhatura intelectual escrever esse compêndio de contradições e, principalmente, essa forma de desmoralizar o Legislativo, um Legislativo que existe, que está presente, que é competente e que até há poucos dias este tão desprezado Legislativo teve dois elementos seus cooptados para passar para o outro lado.

Acho que este Legislativo tem alguma coisa que desperta uma certa contrariedade, como diria muito bem o Ver. Sebastião Melo, numa certa facção trotskista, contra os legislativos, podendo eles, então, fazer a democracia direta - como fizeram todos os ditadores -, desmoralizando os Parlamentos, que são, Ver. Zé Valdir, o aval da democracia, são os grandes avalistas da democracia.

Quando vemos esse tipo de Veto, já concluo, Sr. Presidente, vemos que, assim, por mais que se queira, nesta Cidade, não permitam que os 40 casais de açorianos saibam disso que está escrito aqui.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir o PLL nº 194/01, com Veto Total.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, muito especialmente o Ver. Beto Moesch.

Eu quero, Ver. Beto Moesch, tratar desse assunto com toda tranqüilidade que tem marcado não só a nossa relação, mas a tranqüilidade com que estamos tratando todos os Projetos.

Dou um desconto por sua exacerbação pelo Projeto ser de sua autoria e o Veto ser em cima do seu Projeto, então, não vou responder no mesmo tom, mas quero fazer um debate tranqüilo. Eu quero justificar isso. O Ver. Beto Moesch já teve nove Projetos aprovados só em 2003; este está vetado. O Ver. Beto Moesch sabe que em 2002, assim como em 2001, trabalhamos vários Projetos dele juntos, em que a Bancada votou junto e que não houve Veto do Prefeito. Podemos ter discordância se o Veto era o melhor, ou não melhor, se podia ter negociado assim, assado, mas não estabelece, a partir desse Veto, uma relação de desrespeito nem com o Ver. Beto Moesch - e reconhecemos a sua seriedade no trabalho e tudo o mais -, muito menos com o Legislativo. Ao contrário, o saldo percentual seria mínimo, se levássemos em consideração apenas este Veto.

Recebo aqui a lista - porque pedi, Ver. Beto Moesch -, o Ver. Beto Moesch teve, em 2002, 10 Projetos aprovados sem Veto; em 2001, 5 Projetos aprovados, perfazendo aí 24 Projetos aprovados sem Veto ao longo do seu mandato nesta Legislatura. E um com Veto; este. Isso, por si só, já demonstra uma outra relação, é isso que quero dizer, Ver. Beto Moesch.

Em segundo lugar, li com atenção, ouvi a sua intervenção com atenção e quero lhe mostrar algo que me passou despercebido também e está na categoria aqui do Projeto que talvez nós possamos sim, durante este segundo semestre, quem sabe, ajustar no Projeto, conversar sobre ele, mas ele tem, na verdade, e está no corpo da lei, um elemento que o complica. Está claro, vou ler, e depois eu volto para as razões do Veto para, exatamente, demonstrar como estão corretas as razões do Veto. (Lê.) “Art. 1º - Fica instituída a distância mínima”. É o básico do Projeto. “Art. 2º - A distância mínima instituída por esta lei tem por finalidade permitir maior infiltração e escoamento”. Então, está no corpo da lei, no artigo 2º: “Maior infiltração”, e não é colocado no art. 2º, um ou outro, maior infiltração ou melhor escoamento. Poderia ser um ou outro ou pode ser os dois também, mas estão na lei os dois, “Maior infiltração e escoamento”. Pegamos então, isso que está no corpo da lei, no art. 2º, e vamos para as razões do Veto. No antepenúltimo parágrafo de razões do Veto, Ver. Cláudio Sebenelo (Lê.): “Ressalvo que as análises técnicas que são efetuadas antes de qualquer pavimentação indicam que a infiltração de águas pluviais por baixo do pavimento” - como foi o intento da proposição, que está no art. 2º, a infiltração - “acabam por destruir o próprio pavimento por ação erosiva, bem como acarretam danos de elevada monta aos passeios públicos destinados aos pedestres” - porque também há erosão por baixo, por quê? Porque “há maior infiltração”, conforme o art. 2º - “sem contar com a erosão de materiais utilizados nas pavimentações".

Então, Ver. Beto Moesch, consta nas razões do Veto um elemento de argumentação importante, porque está no corpo da lei a questão da infiltração. Então, a questão do Veto à lei não está sem sentido com o que pretende o Ver. Beto Moesch, talvez porque o Ver. Beto Moesch não percebeu esse detalhe, mas foi percebido pelo Executivo, que talvez está mais atento, porque todos os dias há licitações, temos pavimentações, e tal, porque aqui, no corpo da lei, consta (Lê.): “Para permitir maior infiltração”. Se permite maior infiltração, não permite o concreto, não permite cimento e não permite o asfalto, porque nenhum desses três poderia ter maior infiltração, “e escoamento”, então, não é maior infiltração ou melhor escoamento. Poderia ser um ajuste a ser feito, ou poderíamos tirar a questão infiltração ou poderíamos, inclusive, selecionar no corpo da lei. Não está selecionado. Isso está colocado aqui como “maior infiltração”. Maior infiltração já retira a questão do concreto, do asfalto ou do cimento, seja lá o que for, que seja usado para a distância mínima, que, na verdade, vai se formar numa canaleta. Então, ali haverá uma infiltração. Se há infiltração, o Veto está correto, quando alega que isso pode causar erosão ao asfalto e à calçada. Então, é importante dizer que não é totalmente sem lógica a questão do Veto.

Com esta fala quero expor dois elementos: primeiro, nós temos outra relação que não a testemunhada por V. Exa., aqui, e o Veto não é totalmente irracional em relação ao Projeto. Ele demonstra, na verdade, coerência com o que está escrito no corpo da lei, e não na intenção do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste, para discutir o PLL nº 194/01, com Veto Total.

 

O Sr. Beto Moesch: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcelo Danéris, realmente vocês estão fazendo um exercício que faz parte da situação, ou seja, de defender o Veto. Em primeiro lugar, se nós tivéssemos tempo para debater e dialogar, nós iríamos mostrar que não haveria razão do Veto, e vou dizer por quê. V. Exa. tem razão; se a palavra “ou” fosse colocada, aliás o art. 2º foi uma Emenda da Bancada do PT – esse artigo que V. Exa. referiu foi uma Emenda da Bancada petista -, com a qual eu acordei, concordei e achei que melhorava inclusive o texto, mas concordo que a expressão “ou” ao invés de “e”, melhoraria a interpretação da lei, mas como se fala em infiltração, necessariamente, Ver. Marcelo Danéris, não vai ser só infiltração no local, pode ser infiltração na boca-de-lobo. Então, a conjugação: infiltração e escoamento, Ver. Marcelo Danéris, colabora com algo que se nós asfaltarmos até o meio-fio, não ocorre, porque daí ela não infiltra; não infiltra nem no pavimento colocado e muito menos na boca-de-lobo, porque ela não é escoada até a boca-de-lobo. Então, quando se fala em infiltração, o Projeto de Lei fala de uma forma genérica e a infiltração pode ser também via boca-de-lobo, então isso não é motivo também para vetar o Projeto. Concordo que o “ou” no lugar do “e” o que melhoraria a interpretação, mas de qualquer maneira não perde a validade, porque a infiltração não é necessariamente no tipo de pavimento, mas sim, levar uma infiltração, por meio de escoamento para a boca-de-lobo, e aí não inviabiliza, porque se quer é priorizar, estimular, uma parte ao menos, da pavimentação permeável. Isso já está no Código de Obras, isso está no Plano Plurianual, isso já é uma diretriz de anos que se busca, são os debates, está no Congresso da Cidade. Então, sem engessar o Executivo, Ver. Marcelo Danéris, o Projeto de Lei apenas estimula e incentiva a permeabilidade dos tipos de pavimento, mas não engessa. Portanto, quando fala em "infiltração e escoamento" em que realmente o melhor seria “ou escoamento”, mas até ajuda, porque a infiltração pode ser através da boca-de-lobo, conduzida pelo meio-fio.

Faltou diálogo até para entender melhor a interpretação, e volto a dizer: o Veto, as razões do Veto, só colaboram com o Projeto de Lei.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Beto Moesch, eu quero insistir aqui, infiltração não é permeabilidade, são coisas diferentes. O que permeia não infiltra, o que infiltra entra água e pára lá, isso é infiltração; o que permeia passa a água. Na Lei está escrito “maior infiltração”, e não maior permeabilidade. São situações diferentes, o Vereador é da área e sabe. O que infiltra pára e por isso causa erosão, o que permeia passa, então o que passa não causa erosão, porque permeia, não infiltra, mas é óbvio, Ver. Beto Moesch, o que acontece num texto de lei? Eu estou compreendendo perfeitamente a intenção do Ver. Beto Moesch, porque a intenção está correta e é boa. Agora, vamos imaginar a seguinte situação: a Prefeitura vai lá, faz a distância e põe concreto. Na verdade, faz uma canaleta ali junto, digamos, e o morador da rua diz assim: “Eu quero que retire esse concreto”, e entra na Justiça alegando essa lei, dizendo: “Diz na lei, no art. 2º que tem de haver infiltração, e esse concreto não permite infiltração".

Independente da nossa intenção, independente da sua boa vontade e da minha, se esse morador for na Justiça e exigir, ele vai ser atendido, porque a lei manda: “maior infiltração” e não permite, portanto, concreto ou asfalto. Para além da sua boa intenção e da minha; está claro aqui. O que consta no corpo da lei faz com que um morador não permita que se faça uma canaleta de concreto ou de asfalto, e sim que seja preservado o barro, a areia ou o que for natural ali daquela rua. Estaria ele correto? Eu diria que não é impossível que aconteça isso, e diria que até com alguma freqüência, por isso o preciosismo do Executivo, porque ele lida com isso todo o dia.

Então, quando entrou "maior infiltração" e não entrou "maior permeabilidade", não entrou o cuidado com "ou escoamento melhor", e coisa e tal. O Veto e as razões do Veto se deram embasamento - eu quero justificar isso como teor argumentativo -, o que não impede que a gente possa refazer isso. Infelizmente nós caímos aqui na questão do Veto. Nós poderíamos ter constituído melhor isso? É verdade, nós poderíamos ter constituído. Não é tempo perdido; o mundo não vai acabar por conta disso, a gente tem condições de fazer isso em tempo hábil e para o futuro. Eu acho que é bom, mas quero ressaltar, Ver. Beto Moesch, que nós temos com o Vereador e com a Bancada do PT uma relação muito séria; os seus 24 Projetos aprovados com o nosso voto, sem nenhum veto, comprovam isso, e este Veto, no meu entender, não vai mudar a relação que tenho com V. Exa. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PLL n.º 194/01, com Veto Total.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não ia discutir este Projeto, mas depois da catilinária proferida contra o Prefeito pelos Vereadores Sebastião Melo, Beto Moesch e Cláudio Sebenelo, eu me obrigo a vir a esta tribuna, até para esclarecer os fatos, apesar de achar que os ouvintes da TVCâmara não são burros. Quem ouviu o pronunciamento desses Vereadores, ouviu-os falando que o Prefeito tinha cometido um desrespeito contra o Legislativo. Essa foi a manifestação mais amena do Ver. Beto Moesch; os Vereadores Sebastião Melo e Cláudio Sebenelo chegaram a dizer que era uma ditadura do Executivo contra o Legislativo. Aí as pessoas que estão ouvindo o debate ficam se perguntando: que tamanha irregularidade o Prefeito deve ter cometido para ser acusado de ser ditador, de estar colocando em risco o estado de direito, como foi dito aqui pelo Ver. Sebastião Melo? Deve estar cometendo uma grande afronta ao Legislativo, deve estar cometendo uma grande irregularidade ou deve estar perseguindo os Vereadores, vetando todos os Projetos da oposição. Aí, eu venho aqui para esclarecer: sabem qual é a grande irregularidade cometida pelo Prefeito, a grande ameaça ao estado de direito? É vetar um Projeto de um Vereador! Como se vetar um Projeto não fosse atribuição do Prefeito! Mas que absurdo! Que falta de capacidade de fazer um debate político à altura, de tentar confundir as pessoas, achando que as pessoas são burras!

É ou não atribuição do Prefeito vetar Projetos? É. Isso, inclusive, está na Constituição. Qual é a irregularidade que o Prefeito está cometendo? Qual é a ameaça ao estado de direito? Aliás, o mérito eu não vou discutir, porque o Ver. Marcelo Danéris, com o seu brilhantismo, já explicou e abordou aqui, de forma categórica, esse ponto sobre o mérito.

A outra questão: será que o Prefeito está perseguindo o Vereador, vetando sistematicamente seus Projetos? Darei como exemplo dados de um só Vereador: o próprio Ver. Beto Moesch aprovou em 2001 cinco Projetos. Quantos o Executivo vetou? Nenhum. Aprovou, nesta Casa, em 2002, dez Projetos. Quantos o Executivo vetou? Nenhum. Aprovou em 2003, nove Projetos. Quantos o Executivo vetou? Este apenas! Em três anos de mandato! E o Vereador autor do Projeto diz que o Prefeito cometeu um desrespeito com a Câmara de Vereadores, quando vetou um único Projeto, que é este que estamos discutindo! Mas, que rebaixamento virem a um microfone para fazer essas catilinárias, esse discurso desrespeitoso, esse sim desrespeitoso, para dizer que o Prefeito está afrontando a Câmara, quando ele está exercitando uma atribuição do Chefe do Executivo, que é vetar Projetos! E o Vereador que acusou o Prefeito de desrespeito não teve um único Projeto vetado até este momento. Todos os seus Projetos, em três anos de mandato, foram aprovados pelo Executivo. É por isso que a população de Porto Alegre, às vezes, não confia no Legislativo. Portanto, o perigo e o desrespeito com o Legislativo não são do Prefeito; são, muitas vezes, aqui de dentro, porque não se dão respeito ao vir à tribuna fazer uma acusação dessas em cima de uma coisa que é prerrogativa do Prefeito, mesmo que o Prefeito estivesse equivocado! Mas não está, como demonstrou o nosso Líder, Marcelo Danéris. Mesmo que ele estivesse equivocado, ele estaria dentro de uma atribuição legal, constitucional, que é a de vetar Projetos. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL n.º 194/01, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, vou ser breve, e muito breve, e, com a serenidade com que deve ser tratado o assunto eu vou tratá-lo. Apenas direi o seguinte: se a Prefeitura, se a Secretaria Municipal de Obras e Viação não utilizasse esse método em Porto Alegre - e dá para fotografar algumas ruas-, eu também votaria contra o Projeto e aceitaria o Veto. Mas como a Prefeitura sabe que serve, e tem ruas que assim estão pavimentadas, eu não vejo por que votar contrariamente o Projeto e aceitar o Veto. Portanto, eu votarei contra, posteriormente, porque neste caso o Presidente vota. Eu vou votar contra o Veto. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): Passo a presidência dos trabalhos ao nosso Presidente, Ver. João Antonio Dib.

 

(O Ver. João Antonio Dib assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Neste momento, eu encerro a discussão. O painel registrava a presença de 30 dos Srs. Vereadores, sendo que dois estão em representação externa; apenas um por algum outro motivo não está presente.

As Lideranças, pelo o que eu sei, entenderam de fazer a discussão e não fazer a votação do Veto hoje. Ele será votado, portanto, na quarta-feira, quando nós ingressaremos, imediatamente, para o momento da votação.

Lembramos que nós estamos na semana em que comemoramos 230 anos da Câmara Municipal, da Casa do Povo de Porto Alegre. Nesses 230 anos, Porto Alegre foi dirigida, por 118 anos, pelos Vereadores. E andava muito bem! Saúde e paz!

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h05min.)

 

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